O Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá, admitiu esta quarta-feira, 24 de abril de 2019, que o início da décima (X) legislatura está a revelar algo decepcionante, contrariamente à expectativa do povo guineense que depositou a sua confiança nos deputados para organizar a sociedade e as instituições da República.
Defende que a aposta do povo seja encarada como “transição de uma legislatura conturbada”, marcada, na sua perspectiva, profundamente pelos acontecimentos políticos ímpares na história da democracia pluralista guineense para uma legislatura que se perspectiva ao serviço do povo e o reforço da coesão parlamentar.
A declaração de Cipriano Cassamá foi feita no encerramento da sessão parlamentar desta quarta-feira, depois da eleição da primeira e segunda secretárias da Mesa de ANP, sem a presença das bancadas parlamentares de MADEM-G15 e do PRS.
A segunda e a terceira força política mais votada nas eleições legislativas passadas de 10 de março, designadamente MADEM-G15 (com 27 deputados) e o partido PRS (com 21 deputados), decidiram abandonar a sessão parlamentar de hoje, com fundamento de não poderem continuar a “apoiar a ilegalidade que está a ser cometida pela mesa e a bancada do PAIGC”. A decisão destas duas bancadas aconteceu depois do indeferimento do pedido de anulação de atos de votação anterior para a escolha do Presidente e do primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional Popular, apresentado pelo deputado Soares Sambú do MADEM e apoiado pelos renovadores.
Cassamá alertou igualmente que a nova oportunidade não deve ser aproveitada para se proceder ao balanço político das atividades parlamentares, muito menos para manifestar o ressentimento de um passado recente que não orgulha a nenhum guineense, muito por culpa dos seus políticos e dirigentes que não souberam respeitar a Constituição e demais leis da República e princípio da separação dos poderes.
//O Democrata
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