Uma decisão de
“histórica”, considerou Luís Filipe Tavares, ministro dos Negócios
Estrangeiros de Cabo Verde, em declarações à RFI. Para o governante,
isto significa que “África está consciente dos desafios que tem”.
Reunidos em Kigali, no Ruanda, os chefes
de Estado da União Africana decidiram consagrar 0,2% das taxas de
importações de produtos diversos elegíveis cobradas nos respectivos
países para o financiamento da União Africana (UA).
Com explica a RFI, a questão do
financiamento da UA não é nova. Há muito que a organização quer cortar
as amarras da dependência externa do financiamento. Desde a sua criação,
o orçamento é assegurado pelos doadores estrangeiros, nomeadamente
União Europeia, Estados Unidos e Banco Mundial.
Para limitar essa dependência externa do
financiamento das actividades, a organização pan-africana já tinha
proposto aos Estados-membros a cobrança de uma taxa turística de dois
dólares por noite de hotel e de 10 dólares por bilhete de avião de e
para África. Todavia, a medida era pouco consensual, pois vários países
consideravam injusto a aplicação de taxas no sector do turismo em
detrimento das indústrias petrolíferas e mineiras.
Agora, chegaram a acordo. Com esta medida, a UA praticamente duplica o orçamento, que será de 447 milhões de dólares, em 2017.
Luís Filipe Tavares, ministro dos
Negócios Estrangeiros, disse ainda à RFI que sempre acreditou que o
continente tem os recursos suficientes para se autofinanciar. “Esta
medida vai no sentido da integração africana e de responsabilização dos
líderes africanos em relação aos desafios do desenvolvimento do
continente”, sublinhou.
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