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terça-feira, 19 de julho de 2016

UMA BOA LIÇÃO PARA A GUINÉ-BISSAU: " O PAÍS NÃO PODE TER SÓ DOUTORES. TEMOS DE TER JOVENS FORMADOS PARA AS PROFISSÕES TÉCNICAS" NUNO CRATO, EX-MINISTRO DA EDUCAÇÃO DE PORTUGAL

Foram conhecidas esta semana as notas dos exames. Apesar de as oscilações serem pequenas, tiveram reflexos nas retenções. Isso é de alguma forma preocupante?
 Pelo que vi as oscilações das notas são muito pequenas. O que é preocupante, acho eu, é que o nível de resultados obtido pelos nossos alunos ainda não é aquilo que gostaríamos que fosse. Estamos num momento nacional e internacional em que a formação dos jovens é decisiva para o futuro do país e para o futuro da economia. E estamos a competir mundialmente com uma série de países - não é só a China, são os EUA, a Inglaterra, a Polónia - que têm, em muitos aspetos, uma educação mais exigente que a nossa e com melhores resultados que a nossa. Isso significa que temos de recuperar algum atraso. E, nesse sentido, ver uma percentagem tão elevada de negativas e possíveis retenções significa que ainda temos um longo caminho a percorrer.

Somos um país que ainda luta contra o abandono escolar e que tem altas taxas de retenção...

É verdade. Fizemos grandes progressos nos últimos anos e isso é algo por que devemos estar todos gratos aos professores, aos diretores e às escolas. Fizemos grandes progressos porque conseguimos baixar a taxa de abandono nos últimos quatro anos em cerca de dez pontos percentuais. Conseguimos fazê-lo num momento difícil, em que houve muitas mudanças no país, em que a escolaridade obrigatória se estendeu até ao 12.º ano e o Inglês se tornou finalmente obrigatório ao longo de sete anos. E isso é um bom sinal. O que acho importante termos claro é o seguinte: não podemos mascarar a realidade em relação à educação, pelo contrário, devemos conhecer a realidade, atuar sobre ela, ser mais ambiciosos e querer que os nossos jovens saibam mais. Não podemos olhar para resultados educativos que são ainda fracos e pensar "vamos mascarar esta realidade" seja eliminando avaliações, ou baixando o nível dos exames e das provas, ou simplificando os programas. Não podemos pensar assim, devemos pensar ao contrário. Temos de pensar que os nossos 

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