Foram conhecidas esta semana as notas dos exames. Apesar de as
oscilações serem pequenas, tiveram reflexos nas retenções. Isso é de
alguma forma preocupante?
Pelo que vi as oscilações das notas são muito pequenas. O que é
preocupante, acho eu, é que o nível de resultados obtido pelos nossos
alunos ainda não é aquilo que gostaríamos que fosse. Estamos num momento
nacional e internacional em que a formação dos jovens é decisiva para o
futuro do país e para o futuro da economia. E estamos a competir
mundialmente com uma série de países - não é só a China, são os EUA, a
Inglaterra, a Polónia - que têm, em muitos aspetos, uma educação mais
exigente que a nossa e com melhores resultados que a nossa. Isso
significa que temos de recuperar algum atraso. E, nesse sentido, ver uma
percentagem tão elevada de negativas e possíveis retenções significa
que ainda temos um longo caminho a percorrer.
Somos um país que ainda luta contra o abandono escolar e que tem altas taxas de retenção...
É verdade. Fizemos grandes progressos nos últimos anos e isso é algo por
que devemos estar todos gratos aos professores, aos diretores e às
escolas. Fizemos grandes progressos porque conseguimos baixar a taxa de
abandono nos últimos quatro anos em cerca de dez pontos percentuais.
Conseguimos fazê-lo num momento difícil, em que houve muitas mudanças no
país, em que a escolaridade obrigatória se estendeu até ao 12.º ano e o
Inglês se tornou finalmente obrigatório ao longo de sete anos. E isso é
um bom sinal. O que acho importante termos claro é o seguinte: não
podemos mascarar a realidade em relação à educação, pelo contrário,
devemos conhecer a realidade, atuar sobre ela, ser mais ambiciosos e
querer que os nossos jovens saibam mais. Não podemos olhar para
resultados educativos que são ainda fracos e pensar "vamos mascarar esta
realidade" seja eliminando avaliações, ou baixando o nível dos exames e
das provas, ou simplificando os programas. Não podemos pensar assim,
devemos pensar ao contrário. Temos de pensar que os nossos
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