“Fenómeno desestrutura órgãos de soberania”, diz Inspector Superior
Bissau, 20 Jun17 (ANG) – O Inspector Superior de Luta Contra Corrupção qualificou hoje de “grave” o nível da corrupção no país e disse que o fenómeno está a desestruturar os órgãos de soberania tal como a “doença do Ébola.
Francisco Benante falava hoje à Agência de Notícias da Guiné (ANG), na sequência das recentes denúncias feitas pela Policia Judiciária sobre alegada existência de uma rede que lucrava com desvio de cheques e de medicamentos no Hospital Nacional Simão Mendes.
Disse que a sua instituição não está a investigar estes casos, por falta de requerimento do denunciante como rege as normas, neste caso a Polícia Judiciária.
O Inspector superior de Luta Contra a Corrupção afirma que a denúncia da Polícia Judiciária é apenas mais um, porque os órgãos da soberania estão mal estruturados e os seus titulares fazem nomeações a belo prazer, facto que no seu entender incentiva a corrupção.
Francisco Benante condenou esta postura dos titulares dos órgãos da soberania, relativamente ao elevado número de conselheiros que possuem, que na sua opinião faz com que o país consome tudo aquilo que produz durante o mês, impedindo a melhoria dos serviços nos sectores da educação e de saúde.
Por isso, defende a criação de uma lei que regula e determina o número de conselheiros que o Presidente da República, da Assembleia Nacional Popular, do Presidente do Supremo Tribunal, do Primeiro-ministro e os ministros devem ter como forma de reduzir a corrupção.
De acordo com Francisco Benante, a corrupção não é apenas de índole financeira, mas ela é também o desvio de procedimentos, das regras que permitem o bom funcionamento das instituições do Estado.
Francisco Benante recomenda uma reflexão profunda sobre as leis existentes no país, tendo em conta a evolução do Estado Guineense.
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