Braima Camará: O Mentor desta Crise
Doka Internacional, o bloguista do regime, observou em
tempos que seria dificil ao grupo dos 15 vencer a guerra aberta ao PAIGC porque
lhes faltava preparação. E tinha razão.
É verdade que o grupo teve sempre um objectivo claro, mas
nunca conseguiu delinear uma estratégia inteligente para alcançar o seu
objectivo. A sua actuação pautou-se sempre por uma abordagem imediatista e de
curto prazo, ou por aquilo a que se poderia designar de navegação à vista. E
isso é o reflexo da falta de preparação dos seus dirigentes.
Braima Camará, líder do Grupo, é a perfeita ilustração desta
realidade. Com ambição de dirigir o PAIGC e de ser um dia Primeiro-ministro,
nunca se preparou seriamente para o efeito, nem do ponto de vista académico nem
profissional.
Em primeiro lugar, não se lhe conhece nenhuma formação
académica relevante. Embora affirme que é formado em recursos humanos, nunca
ninguém o viu numa Universidade e é incapaz de apresentar um diploma. Em
tempos, tentou forçar a obtenção de um diploma de licenciatura na Universidade
Lusófona de Humanidades e Tecnologia de Lisboa, através de um esquema de
reconhecimento de suas alegadas competências profissionais, mas a instituição
de ensino não caiu na armadilha.
A sua experiência profissional, teve-a essencialmente no
sector privado. Mas aí, distinguiu-se mais como um hábil arquitecto de esquemas
para viver à custa do Estado do que para criar riqueza e empregos.
Exemplo paradigmático desses esquemas é o FUNPI, o mais
sofisticado esquema de desvio de fundos públicos já visto na Guiné-Bissau. Em 5
anos, bilhões de Francos CFA foram entregues a Braima Camará, através da Câmara
do Comércio, sem que nenhum centavo fosse justificado. Quando uma auditoria ao
FUNPI foi lançada em 2015, Braima Camará, com o beneplácito de José Mário Vaz,
boicotou-a.
O que pouca gente sabe é que a operação da compra da
carteira de créditos mal parados (conhecida por resgate) foi encorajada por
José Mário Vaz, e o principal beneficiário da operação é Braima Camará, cuja
carteira total de dívida mal parada ascendia a 6 bilhões de FCFA (cerca de 12
milhões de dólares).
Finalmente, a moralidade e a integridade que se exige de
alguém que aspira a ocupar altas funções no Estado estão longe de constituir
apanágios da personalidade de Braima Camará. Além das negociatas obscuras com o
Estado, principalmente na época em que José Mário Vaz era Ministro das
Finanças, o passado de Braima Camará é nebuloso, com evidências de participação
em negócios ilícitos que lhe valeram a cadeia nos anos da emigração na Europa.
É a ambição desmedida deste individuo completamente
despreparado que colocou o país nesta crise de dimensões alarmantes.
Sentindo o tapete fugir-lhe dos pés, entrou em desespero e
tornou-se em mentor de actos de violência gratuita contra o PAIGC e seus
símbolos. Foi Braima Camará quem planeou os assaltos às sedes regionais do
PAIGC e, mais recentemente, o assalto falhado à sede nacional deste
partido.
A 25 dias do Congresso do PAIGC, Braima Camará ainda faz em
privado ameaças de assalto à sede dos libertadores e afirma que será ele a
organizar o Congresso do PAIGC.
Um dia, a história certamente o julgará.
Gil
Homi ka sibi nada..i burro ku B garandi na testa!
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