Cooperação americana na Guiné-Bissau dependeria da estabilidade política do país. O embaixador James Zumwalt diz que partidos, sociedade civil e Forças Armadas precisam estar empenhados para a promoção da democracia.
As autoridades norte-americanas na Guiné-Bissau apelaram nesta sexta-feira (23.09) para o rápido entendimento entre os principais atores políticos nacionais, com objetivo de acelerar a implementação dos seis pontos acordados com a Comunidade Económica dos Estados das África Ocidental (CEDEAO) para a formação de um novo Governo de Inclusão e de Consenso.
A partir da criação deste novo Governo, e a instalação da esperada estabilidade política, a Guiné-Bissau poderá contar com ajuda do Governo de Washington para a realização de várias reformas no país, disse o embaixador dos Estados Unidos de América (EUA) em Bissau, James Zumwalt, em conferência de imprensa.
“O Governo dos Estados Unidos da América encoraja as partes desavindas a respeitarem escrupulosamente o acordo da CEDEAO para a viabilização da Guiné-Bissau. Só assim, os Estados Unidos poderão ajudar a Guiné-Bissau no processo de desenvolvimento e apoiar o Governo na estabilização do país”, disse Zumwalt.
Cooperação americana depende do diálogo
De acordo com o embaixador, os Estados Unidos estão empenhados em alargar a cooperação militar com a Guiné-Bissau, encorajando as práticas de princípios democráticos e de boa governação, particularmente no setor de segurança. James enalteceu o papel das Forças Armadas em absterem-se das querelas políticas.
A América, de acordo com o embaixador, aposta no reforço das relações entre membros do Governo, sociedade civil e fardados para a promoção da democracia no país. Mas alega que, devido ao impasse político que se tem vivido no país, o diálogo na Guiné-Bissau está comprometido. Ele recorda que este diálogo é crucial para as futuras atividades norte-americanas em Bissau.
Entretanto, o líder do partido da Convergência Democrática, Vicente Fernandes, fazendo alusão à situação vigente e ao acordo da CEDEAO, disse que o Presidente guineense deve ser coerente para demitir o atual Governo e devolver o poder ao partido que venceu as eleições legislativas, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
“Sendo esta proposta, dever-se-á conceder a devolução ao PAIGC a liderança incondicional de governação, tendo em consideração o respeito escrupuloso dos ditames constitucionais, que determinam que o primeiro-ministro é nomeado a partir de resultados eleitorais, ouvidos às forças políticas representadas na Assembleia Nacional Popular”, afirmou Fernandes.
Impasse deve continuar
Por seu lado, o primeiro-ministro Baciro Djá afirma que está disponível em abrir o elenco para a entrada de novos elementos, formando assim o Governo solicitado pela CEDEAO.
“O nosso Governo é um Governo inclusivo, mas estamos dispostos a incluir mais pessoas para que devidamente possamos ter a estabilidade no país”, garantiu Djá.
O Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira deixa claro que o partido só entra no Governo que vai liderar. Analistas prevêem um novo impasse na implementação do acordo da CEDEAO para a formação do Governo de Inclusão e de Consenso, já que o extremar de posições e radicalismo político têm reinado no seio das partes desavindas.
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