Organizações das mulheres guineenses entregaram às Nações Unidas o memorando da visão feminina sobre a crise política em curso no país há quase três anos por isso pedem pressão da comunidade internacional junto das partes desavindas
No memorando as mulheres apelam a comunidade internacional para reforçar medida de pressão junto das autoridades nacionais e protagonistas da crise política no sentido de abandonarem os discursos e retóricas que poem em causa os valores da paz e da coesão social.
Ainda, no memorando assinado por sete (07) organizações femininas incluindo de Jornalistas e Profissionais de Comunicação Social, a comunidade internacional é pedida a adoptar medidas urgentes tendentes ao restabelecimento de confiança entre os protagonistas da crise política em curso para a retoma do diálogo com vista a implementação do acordo de Conacri.
As organizações femininas do país querem a realização de fórum das mulheres sobre a paz, com a finalidade de discutir e identificar os obstáculos e constrangimentos sobre a paz na Guiné-Bissau.
A iniciativa das mulheres é elogiada pelo representante adjunto das Nações Unidas no país, Marco Carmignani, que pede as mulheres para criarem iniciativas inovadoras para maior engajamento dos actores políticos e da comunidade internacional.
“A solução para a crise política na Guiné-Bissau está nas mãos dos guineenses e muito particularmente nas das mulheres e portanto é uma oportunidade para as Nações Unidas apoiá-las em encontrar uma solução pacífica para as partes em conflito”, reafirma Carmignani que demostra a disponibilidade do gabinete Integrado das Nações Unidas na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) em continuar a apoiar os esforços de mediação no sentido de resolver as diferenças presentes.
A representante de Modibo Toure diz que embora o papel das mulheres na mediação da crise está aquém do desejado dado o potencial “inegável” das mulheres na sociedade guineense, mas as Nações Unidas esperam que as mulheres tragam mudança positiva ao contexto guineense.
“As Nações Unidas mantêm-se as mais altas expectativas e confiança no potencial e na habilidade das mulheres trazerem uma mudança positiva no contexto da Guiné-Bissau”, demostra.
Com o memorando de entendimento ora entregue as mulheres querem participar activamente na tomada de decisão e na mediação da situação política.
Porquanto, à medida que a actual crise política se agudiza, as organizações das mulheres constatam o aumento acentuado das medidas discriminatórias sobretudo a ausência das mulheres nas estruturas governamentais da tomada de decisão.
No memorando falou-se também da exacerbação dos discursos políticos e agressões verbais, “que atentam contra os valores da coesão social e da convivência pacífica.
As mulheres dizem que durante a crise constata-se a diminuição das medidas de pressão política dos parceiros internacionais junto dos protagonistas da crise e ainda a ausência de medidas preparatórias visíveis para a realização das eleições legislativas (no fim da presente legislatura) para evitar o agravamento da presente crise política.
Guinendade/RSM
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