Na sua última entrevista à ONU News como Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon afirmou que, nos 10 anos em que chefiou a organização, concluiu que “a maioria dos conflitos globais foi c
ausada pelos líderes e não pelo povo.”
Segundo o Secretário-Geral cessante da ONU, “os líderes mundiais não mostraram compromisso aos objectivos e ideais da Carta das Nações Unidas e aos direitos humanos básicos”, que “explica por que as pessoas estavam tão furiosas e frustradas e acabaram se levantando contra a liderança” dos países.
Para Ban Ki-moon, “se todos esses líderes tivessem mostrado mais solidariedade, empatia e compaixão, teríamos menos conflitos actualmente.”
Sobre as críticas à sua alegada “passividade” nos assuntos mais “quentes”, respondeu que “o Secretário-Geral da ONU não pode fazer tudo sozinho. Nenhum país ou pessoa pode fazer algo sem ajuda.”
Citou, por exemplo, o Acordo de Paris sobre o Clima e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que, afirmou, são duas iniciativas muito importantes, fruto do trabalho comum da organização e dos Estados-membros das Nações Unidas. Ao falar sobre o legado do seu mandato,
Ban Ki-moon afirmou que “os historiadores, os Estados-membros e outros é que vão avaliar e analisar o seu trabalho.”
Sobre o seu sucessor, o Secretário-Geral cessante da ONU disse que, para exercer o cargo, além da paixão para realizar o que for necessário, é preciso ter compaixão pelo próximo e António Guterres é um homem íntegro e de compaixão.
António Guterres já demonstrou essa compaixão durante os 10 anos como alto comissário para os Refugiados, afirmou Ban Ki-moon, que disse estar “muito grato por os Estados-membros terem escolhido uma pessoa excelente” para o suceder.
Ban Ki-moon afirmou que foi “um privilégio servir à ONU” e que, apesar de ter devotado “tempo, paixão e energia”, deixa muitas coisas por fazer. Qualquer sucesso que tenha conquistado durante essa década “foi através de um esforço conjunto”, sublinhou.
Sobre o seu futuro, disse ter “a mente aberta”, explicou que, como Secretário-Geral, “aprendi muitas lições e tenho algumas visões e conhecimento” e garantiu que não vai poupar esforços para fazer alguma coisa correcta pela Coreia do Sul.
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