O ex-presidente de Assembleia Nacional Popular, Francisco Benante afirmou que havia alertado ao Presidente da República sobre as "graves" consequências para o pais, que a demissão do governo liderado por Domingos Simões Pereira iria ter.
Numa recente entrevista a Rádio Bombolom FM reproduzido pelo jornal Última Hora na sua edição desta semana,Francisco Benante apelou ao Presidente da República a meditar profundamente e a recuar nas suas decisões com intuito de garantir estabilidade ao povo e promover o desenvolvimento do país.
“Estou preocupado com a situação do país por falta de controlo interno. As pessoas falam sem limites, cada um dá a sua opinião, já não se pode saber quem é que sabe algo na verdade”, disse o ex-Presidente da ANP.
Francisco salientou que a política é para servir os outros e não para ir contra as suas vontades.
Acrescentou que a actual situação é bastante perigosa e que o povo guineense se encontra dividido mais do que no período do 7 de junho, e que todo o processo da crise está a volta do Presidente da República.
“O processo de construção do Estado da Guiné-Bissau contínua com erros. Não sabemos se o multipartidarismo foi bem ou mal concebido no país, mas ficou claro de que tem causado dissabores aos guineenses desde a guerra de 7 de junho de 1989”, lamentou.
Referindo-se ao Acordo e Conacri em relação ao qual o PAIGC e varios outros partidos acusam o Presidente da Republica de não estar a cumprir, Benante disse que só resta a sua implementação, justificando que o mesmo é a sequência do Acordo de Bissau, e que, por isso, deve ser respeitado.
O acordo de Conacri prevê a criação de um Primeiro-ministro de consenso e formação de um governo inclusivo conforme representação parlamentar dos partidos, e ainda com personalidades independentes.
O referido acordo atribui ao Presidente da República a competência de designar um Primeiro-ministro de consenso mas de sua confiança.
No uso dessa competência, Umaro Sissoco Embaló foi nomeado novo Primero-ministro, mas a sua nomeação foi protestada pelo PAIGC e mais outros partidos que alegaram não ter sido a figura de consenso retida na reunião de mediação promovida pela CEDEAO, na vizinha República da Guiné-Conacri.
No passado dia 17 numa reunião em Abuja/Nigéria, o medianeiro da CEDEAO, Alpha Condé revelou que o nome de consenso retido em Conacri foi o de Augusto Olivais, dirigente do PAIGC, partido vencedor das últimas eleições legislativas.
Desde a demissao, há dois anos, do governo liderado por Domingos Simões Pereira que a Guiné-Bissau se mergulhou numa crise permanente e já vai no quinto governo.
ANG/GUINENDADE
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