O secretário-geral das Nações Unidas, António
Guterres, considerou hoje que a ONU tem vindo a acompanhar "com grande
preocupação" a crise política na Guiné-Bissau, país que na sexta-feira
suspendeu a atividade da RTP e da RDP.
"Acompanhamos com grande preocupação a
situação na Guiné-Bissau, desejando que o país possa encontrar o caminho da
paz, da democracia e do respeito pelos direitos Humanos. E que se transforme num fator de estabilidade na
região", disse António Guterres, numa conferência de imprensa conjunta com
o Ministro dos Negócios Estrangeiros português, em Lisboa.
Questionado
especificamente pela decisão do Governo guineense de suspender a atividade da
RTP, da RDP e da Agência Lusa (mais tarde revogada em relação à Lusa) no país,
Guterres disse: "Por isso mesmo, tudo quanto possa pôr em causa esse
caminho a ONU vê com grande preocupação".
Já o Governo português, disse o ministro Augusto
Santos Silva, tem vindo a acompanhar de perto a situação desde o final da
semana passada.
"A situação já foi revista em relação à
agência Lusa, mas ainda não foi em relação às emissões da RTP e da RDP. Nós consideramos que a permanência da proibição
representa um atentado contra a liberdade de imprensa e contra o direito dos
guineenses à informação", disse o MNE português.
No entanto,
Santos Silva disse que o Governo português tem "esperança que o bom senso
impere e a decisão seja revista".
"Tanto
mais que hoje todos nós sabemos que os motivos invocados carecem de fundamento,
visto que o Governo português dispôs-se a rever o Acordo e o Protocolo de
Cooperação [no domínio da Comunicação Social]. Estamos a trabalhar nesse
sentido e não há aqui nenhuma questão técnica em causa", completou.
Santos Silva
afastou ainda a possibilidade de, neste momento, o incidente vir a afetar a
cooperação bilateral.
"A
posição de Portugal tem sido sempre, e continuará a ser, de manter até ao
limite as relações e os programas conjuntos de cooperação. Porque nós nunca nos
esquecemos que quem é penalizado por problemas no relacionamento bilateral, em
última instância, são as populações. E nós não queremos penalizar as
populações", realçou o ministro.
Na sexta-feira, o ministro da Comunicação Social
guineense, Vítor Pereira, anunciou a suspensão das atividades da RTP, da RDP e
da agência Lusa na Guiné-Bissau, alegando a caducidade do acordo de cooperação
no setor da comunicação social assinado entre Lisboa e Bissau.
No entanto, posteriormente, anunciou que o Governo
guineense recuou na decisão de suspender a atividade da agência Lusa naquele
país, mantendo-se a decisão no caso da RTP e RDP.
Um dia depois, o ministro guineense convocou nova
conferência de imprensa, em que justificou que a decisão de suspensão das
atividades da rádio e televisão portuguesas no país "não é uma questão
política, mas apenas técnica"
Guinendade/Lusa
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Portugal e ONU deixem de brincadeira e ponham esse governo inconstitucional de cú para a rua...
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