O Sindicato dos Trabalhadores da empresa Guiné-Telecom manifestou-se contra a decisão de governo em atribuir a gestão de cabos de fibra óptica às empresas estrangeiras de comunicações, nomeadamente, Orange (francesa) e MTN (sul africana).
Numa entrevista exclusiva a esta rádio, esta sexta-feira (21 de Julho) o presidente do sindicato diz que querem que a empresa guineense seja gestora do cabo submarino através do consórcio designado “Bissau Cabo”.
David Mingo diz, «Nós nunca assistimos a esse tipo de consórcio; há o risco de oferecemos os cabos submarinos às multinacionais para fazerem o que bem entenderem, porque não se pode ter uma empresa vocacionada para esses trabalhos e ao mesmo tempo criar um grupo denominado “ Bissau cabo”. Ou seja, amanhã quando se protestar algo que vai mal no acordo, não vamos conseguir porque as multinacionais são accionistas maioritários. São essas as razoes da contestação do sindicato. Queremos que seja a Guiné Telecom (única empresa de telecomunicações guineense) a assumir a gestão do cabo submarino».
O sindicato Pediu também ao Governo maior cautela na assinatura desses acordo porque se vai mexer com a soberania nacional. “ O ministro que faça seu esforço”, acrescentou David Mingo.
Compreendemos que governo quer relançar a empresa mas também que tenha cautela. Não vamos aceitar a imposição de oferecer todas as coisas aos estrangeiros sob pena de acabarmos com a empresa nacional”, justifica
De referir que o Governo guineense lançou no passado dia 17 de Julho o consórcio que vai gerir o cabo submarino trazendo Internet de "melhor qualidade" ao país dentro de 18 meses
Na assinatura do memorando que cria o consórcio, num montante de 35 milhões de dólares (30,5 milhões de euros, disponibilizado pelo Banco Mundial) o ministro dos Transportes e Telecomunicações, Fidélis Forbs disse que o projecto "é estruturante e vai ajudar ao desenvolvimento" do país.
A Guiné Telecom deixou de operar desde o início dos anos de 2000 devido a problemas de gestão da empresa.
Guinendade/RSM
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