Hoje faz 20 anos que a guerra de 07 de junho 1998, assolou a
Guiné-Bissau, enfraqueceu o Estado e criou fratura profunda na Nação Guineense em
construção.
As consequências da guerra de 07 de junho foram varias entre os quais o
questionamento profundo do modelo do Estado e da sociedade a ser construida
pela Luta Armada de Libertação.
Sera que a Guiné-Bissau tinha condições
reunidas para ser independente em 1974, havendo só 13 quadros
superiores ?
Sera que a Luta Armada de Libertação era a melhor opção para alcançar a
independência num contexto mundial de Guerra fria entre os Estados Unidos de
America e a antiga União Sovietica ?
E se essa Luta Armada de Libertação fosse na realidade uma das vertentes
dos varios conflitos de baixo intensidade que opõem os Estados Unidos de
America e a antiga União Sovietica com os seus aliados ?
Sera que a Guiné é verdadeiramente independente ao olhar da extrema
pobreza das nossas Populações quando as receitas do Orçamento do Estado são
compostas por mais de 80% de ajuda externa ? Quando nem Serviços pùblicos
de base, Alimentação, Saùde, Educação, Justiça e Segurança não existem.
A guerra de 07 de junho 1998 demostrou ao mundo a luz do dia que o
paradigmo do modelo Guineense nunca existiu. O Estado e a Nação são para
construir, porque depois de 44 anos de dito indepêndencia, o consenso na
Sociedade Guineense sobre os objectivos para alcançar desenvolvimento, continua
impossivel. A materialização desta afirmação é o ciclo de instabilidade e de
violência politica que continuamos a conhecer.
Outra consequência da guerra de 07 de junho 1998, foi a « institucionalização da
desresponsabilização » dos seus autores morais, militar e politico. Não
houve nenhuma condenação dos autores pela Justiça.
E 20 anos depois vemos varios protagonistas desta guerra que destrui
Pais, familias e obrigou a Guiné a ajoelhar-se perante Paizes vizinhas,
continuar a gozar dos magros recursos do Estado Guineense, ocupando cargos de
destaques.
Alem dos dois protagonistas Nino Vieira então Presidente da Repùblica e
Ansumane Mane, Comandante Supremo da Junta Militar, quem eram os protagonistas
da guerra de 07 de junho 1998 ? 20 depois o que
fazem ?
O atual Primeiro Ministro, Aristides Gomes, era
Ministro do Plano e da Cooperaçao International.
O atual Presidente da Assembleia Nacional Popular,
Cipriano Cassama era um dos homems forte do regime do antigo Presidente Nino
Vieira. Uma das cabeças da ala radical que queria uma guerra total na
Guiné-Bissau, e patrocinou a ideia de destrução do aeroporto de Bissau pelos
avioes franceses.
Carlos Correia, antigo Primeiro Ministro do José
Mario Vaz era Primeiro Ministro.
Fernando Delfim Da Silva, atual Embaixador da
Guiné-Bissau nas Nações Unidas era Ministro dos Negocios Estrangeiros.
Artur Silva, antigo Primeiro Ministro do José Mario
Vaz e atula Representante da Guiné-Bissau na Agencia de Cooperação com Senegal,
era Ministro das Pescas.
Agnelo Regala, atual Ministro da Presidência do
Conselho de Ministro era um dos Assessores da ala civil da Junta Militar.
Eldar Vaz, atual Embaixador da Guiné-Bissau em
Portugal era um dos que via em esta guerra um meio de enfraquecimento do PAIGC
para que o seu partido, Movemneto de Bafata alcançasse poder.
O Coronel Sangi Fati, antigo Ministro da Educação
Nacional do José Mario Vaz, era Chefe do Estado Maior do Exercito.
O General Manuel Gomes Fernandes, vulgo
« Manel Mina » era o primeiro Porta-Voz da Junta Militar e o piloto
do helicopter que fazia ligações entre as regiões.
O Almirante José Zamora Induta era subtenente na Marinha de Guerra e
Porta Voz da Junta Militar.
O Almirante Bubo Na Tchut, que destacou-se nesta guerra era comandante
de destacamento dos fuzileiros navais.
A lista dos protagonistas da guerra 07 de junho é ainda muito mais
longa, mas pouca importa. Não objeto deste artigo.
A verdadeira questão é que todos os protagonistas foram
desresponsabilizados perante a Justiça Judicial e a Justiça popular e continuam
a usufruir dos fracos recursos que dispõe a Guiné.
Muitos tiveram mais de 25 anos no topo dos cargos pùblicos na Guiné, sem
contribuir para o desenvolvimento da nossa Terra, exigindo cada vez mais dos
esforços dos Guineenses para sustentarem os seus niveis de vida que nada
corespondem a valor dos frutos dos seus trabalhos.
E imperativo virar a pagina dos que por incompetência, por ganancia e
ambições pessoas desmedidas, afunduram a esperança de varias gerações do Povo
Guineense.
Viraremos a pagina da miseria e da instabilidade quando alcançaremos o
consenso sobre o projeto do desenvolvimento inclusivo e sustentavel que
almejamos e escolher a melhor pessoa que pudera impulsoniar e organizar meios e
talentos para alcançar os objectivos politicos, economicos e sociais em prol do
bem estar do Povo Guineense.
PT
NÃO PERCAM, MAIS UMA PUBLICAÇÃO NO VOSSO BLOG PREFERIDO "GUINE DE BARDADI" (http://guinedebardadi.blogspot.com/)
ResponderEliminarDOKA INTERNACIONAL KUMA I STÁ INTERESSADO NA JUSTIÇA GUINEENSE! E EU PERGUNTO, DESDE QUANDO!?!?!?