Presidente guineense, José Mário Vaz, fala sobre crise política no país em discurso de estreia na Assembleia Geral da ONU.
O Presidente guineense estreou-se esta quarta-feira (21.09) a discursar perante a Assembleia Geral das Nações Unidas. José Mário Vaz aproveitou a oportunidade para esclarecer a situação política na Guiné-Bissau, afirmando que "a crise guineense já não é de cariz político-militar, mas apenas político-institucional."
O chefe de Estado frisou que "desde o início do mandato, não houve um único disparo de armas por parte dos militares e paramilitares, ninguém foi morto ou espancado por razões políticas, não foram registados casos de prisões arbitrárias, há liberdade de expressão, de imprensa e de manifestação, e não se colocam questões de violação de direitos humanos". Lembrou ainda o acordo proposto pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) - segundo Vaz, um "importante passo" para pôr fim à crise política guineense e garantir a estabilidade no país.
O acordo entre os principais intervenientes na crise política guineense, assinado nas vésperas do encontro das Nações Unidas, prevê a criação de um Governo inclusivo, que dirigirá o país até às próximas eleições e irá rever a Constituição, entre outras tarefas. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou-se satisfeito pela assinatura do documento.
Pedido de apoio
Reiterando o compromisso de "tudo fazer", através do diálogo, para consolidar a paz e a estabilidade na Guiné-Bissau, José Mário Vaz pediu também ajuda às Nações Unidas no processo de reconciliação nacional – particularmente na "materialização da importante reforma do setor de defesa e segurança, no controlo de armamento e gestão de materiais de guerra e obtenção de fundos para a reintegração dos desmobilizados."
Quase no final do discurso de estreia do chefe de Estado guineense na Assembleia Geral das Nações Unidas, houve tempo ainda para um lembrete aos doadores internacionais: "Os apoios dos parceiros internacionais, consubstanciados na Mesa Redonda de Bruxelas, traduzem, de forma inequívoca, a atenção para com a situação do Estado e populações guineenses. Tal como prometido, esperamos que os parceiros nos ajudem, para que o desenvolvimento económico possa ser um motor para a paz e a estabilidade no nosso país."
DW/GUINENDADE
0 comentários:
Enviar um comentário