Bissau 05 Dez. 16 - Alguns cidadãos guineenses manifestaram hoje reticentes em relação aos
preparativos para a quadra festiva de Natal e Novo ano uma vez que a crise
politica está a bloquear o país em todos os domínios, principalmente
financeira.
Cidadãos nas compras |
Numa auscultação
feita para testar o poder de compra dos cidadãos em meados das duas
festas mais importantes para os guineenses, os entrevistados foram unânimes em
considerar o momento de muito delicado e a instabilidade política está a pôr em
causa os preparativos uma vez que os funcionários públicos não estão a receber
na hora os seus ordenados.
Paulo Có sapateiro
residente em Bissau no Bairro de Cuntum disse que da sua parte ainda não começou
os preparativos como de costume porque a situação não está a favorecer,
acrescentando que não dispõe ainda de dinheiro e os clientes aparecem a conta
gota porque como sabem os salários dos funcionários são pagos muito tarde.
“Quando isso acontece
o negócio cai o que era poupado vai para as despesas quotidianas tais como,
escolas das crianças, renda da casa entre outras. Por isso digo que para mim
parece que ainda estamos em meados de Março”, lamentou, acrescentando que se
não houver um entendimento entre os políticos para normalizar o país será mais
uma festa em crise e sem dinheiro.
Por sua vez, a cidadã
Carlota Vaz funcionaria pública salientou que sempre nos primeiros dias de
Dezembro ela já estava avançada em termos de preparativos para o dia do menino
Jesus, mas segundo as suas palavras este ano ainda não conseguiu mudar a
pintura da sua casa por falta de fundo.
Esta cidadã
responsabiliza os políticos pela dificuldade que o povo está a passar uma vez
que nem salário estão a conseguir pagar no tempo certo o que complica ainda
mais a vida da população.
“Se recebemos o salário
do mês de Outubro em Novembro e eventualmente viermos a receber o de Novembro
em Dezembro e com certeza o vencimento de Dezembro será pago só em Janeiro do
próximo ano, por isso não quero ser pessimista mais tudo indica que a festa
desse ano será difícil.
Para Maria de Santa
residente em Bissau o momento e de incerteza em relação aos preparativos, ela
explicou que o pouco que resta da sua poupança será aplicada na comprar de certos
artigos que neste momento estão a ser vendidos num preço acessível de forma a
poder guarda-los para a festa porque caso contrário vai correr o risco de
passar as festas numa situação que segundo la nem quer pensar.
“Por isso nós as mães
pedimos um entendimento entre os políticos e dirigentes desse país, porque
quando há problemas os mais fracos é que pagam e os comerciantes não perdoam em
termos de preços. Mas esperamos que até os dias mais próximos da festa a
situação pode alterar para que toda a família possa gozar de uma forma normal
as festas do natal e do Ano Novo“, disse.
Por seu turno, o cidadão
Bruno Rodriguês mecânico de profissão disse que a sua família ainda não iniciou
as compras uma vez que a situação do país não está a ajudar, tendo afirmado que
os problemas políticos sempre refletem nos problemas sociais e o rendimento cai
porque cada um toma precaução com os gastos.
“Eu tenho três filhas
que precisam da roupa, sapatos porque o Natal é um dia de festas, por isso
estou a acumular um pouco que ganho diariamente, apesar de o número de clientes
reduzir. Espero começar a fazer as minhas compras lá para os dias 15 a 20 do corrente mês porque
o importante é a saúde e alimentação”, frisou, tendo desejado coragem e
esperança para o povo principalmente os mais necessitados.
ANG/Guineendade
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