Bissau,29 Nov –O
director-geral do Porto de Pesca de Alto Bandim, Hugo Nosoline Vieira afirmou
que estão empenhados na criação de condições indispensáveis para
transformar aquela infraestrutura num
polo de desenvolvimento do sector pesqueiro na capital Bissau.
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Hugo Nosoline Vieira |
Em entrevista exclusiva à
ANG, informou que após a conclusão da primeira fase do projecto que consiste na
construção do Cais de atracagem de navios com 60 metros de comprimento, rampa
de desembarque de pesca artesanal, mercado de peixe fresco, espaço de
remendagem de redes serviços administrativos orçados em cerca de quatro mil
milhões de francos CFA, agora estão empenhados na procura do financiamento para
a segunda fase.
“Nesta primeira fase o Porto
de Pesca de Alto Bandim só pode suportar
as embarcações de pesca artesanal e alguns navios de pesca industrial de
pequeno porte. Faltam muitas
infraestruturas de base para que possa ser considerado um verdadeiro Porto de
Pesca”, explicou.
Aquele responsável
acrescentou que o governo, através de
políticas que adoptou para o sector pesqueiro, já perspectiva a conclusão da
segunda fase do projecto com a procura de financiamento para o efeito.
Hugo Nosoline Vieira
salientou que o Porto de Pesca é um projecto que advem de finais do ano 90 ,
acrescentando que é uma infraestrutura criada para uma dimensão muito reduzida
mas que agora está a ter outro impacto devido o aumento de fluxo de pessoas
atraídas pela pesca.
“Várias entidades parceiras
já manifestaram intenções de investir no Porto. Denre eles um consorcio
internacional disponibilizou-se para investir 50 à 80 milhões de euros bem com
uma empresa chinesa que solicitou uma área de 15 mil metros quadrados para
construção de câmaras de conservação de pescado para torná-lo um verdadeiro
Porto Industrial”, revelou.
Nosoline disse que graças
aos dados fornecidos pelos seus serviços estatísticos, registou-se entre meados
de Agosto à Novembro do ano passado uma descarga na ordem de 780 toneladas de
peixes frescos entre os da primeira e segunda qualidade, frisando que essa
quantidade pode ser triplicada se forem criadas as condições mínimas.
O Director do Porto de Pesca
sublinhou que pretendem ainda organizar a componente de venda de pescado para
permitir, tanto os pescadores como as mulheres vendedeiras, terem mais
rendimento.
Referiu que o Porto de Pesca
foi construído mas ainda não foi pavimentado, salientando que o peixe deve ser
comercializado num espaço condigno para não contaminar os consumidores.
Hugo Nosoline Vieira
explicou que o Porto dispõe de um Laboratório de qualidade o que vai permitir o
país iniciar a exportação do pescado, frisando contudo que existem ainda
infraestruturas inadequadas e que precisam de ser modernizadas.
Segundo ele, cerca de 30
toneladas do pescado sobretudo os da primeira qualidade são transportados
mensalmente para serem comercializados nos países vizinhos concretamente as
expécies como bicas, becudas, senapas, simpot, garropa, cor-cor, corvina,
bacalhau, entre outros.
Disse que não têm mecanismos
para impedir o transporte dos referidos pescados para os países vizinhos,
porque os seus custos são elevados e ultrapassam o poder de compra da maioria
dos consumidores guineenses.
“Por exemplo um quilo de
bica é vendido no mercado nacional num preço de 3500 francos CFA e os
potenciais clientes são os funcionários públicos que afluem para o Porto nos
dias do fim de semana que são os periodos de maior venda”, explicou.
Informou que nos dias de
semana os maiores clientes são as populações residentes nos arredores do Porto
e que a maioria não dispõe de poder de compra para adquir peixes de primeira
qualidade.
“Perspectivamos construir
angares de venda de pescado para as mulheres vendedeiras de forma a rentabilizar
ainda mais as suas actividades”, explicou.
Hugo Nosoline Vieira afirmou
que no ano passado registou-se uma atracagem de 523 embarcações de pesca
artesanal no Porto de Pesca, o que significa que mais de metade das pirogas que
operam nas águas do país usam o Porto, o
que demonstra que Bissau é o maior centro de consumo.
“Isso demonstra que todos os
peixes capturados nas ilhas, nas zonas do sul e no norte são desembracados aqui
em Bissau porque dispõe de maior capacidade de compra e de consumo”, afirmou.
Segundo Hugo Nosoline ,a
existencia do porto garante emprego há varios extratos das nossas populações.
Enumera que 40 mulheres exercem actividade de venda de comidas e
outros alimentos para as refeições dos pescadores e os seus clientes;sessenta e
cinco vendedeiras grossistas de pescado que negoceiam directamente com os
pescadores revendem aos cerca de 100
retalhistas que comercializam diariamente em diferentes mercados.
Hugo Vieira afirmou que
existem ainda um grupo de pessoas que exerce actividades de escamagem do
pescado comprado pelos clientes e que cobram 100 francos CFA por cada pescado
ainda uma equipa de cerca de 90 mulheres
que vendem condimentos para cozinha.
ANG/Guineendade