PARTIDO AFRICANO PARA A INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ E CABO VERDE
3ª Sessão Extraordinária do Comité Central do PAIGC
26 de novembro de 2016
RESOLUÇÕES FINAIS
(dos 212 Presentes, 201 votaram SIM, 11 votaram NÃO)
O Comité Central do PAIGC reuniu na sua 3ª Sessão Extraordinária no
dia 26 do mês de novembro de dois mil e dezasseis, no Salão Nobre
“Amílcar Cabral”, Sede Nacional do Partido, em Bissau, sob a presidência
do Camarada Eng.º Domingos Simões Pereira, Presidente do Partido.
O Comité Central adotou por unanimidade a seguinte Ordem do dia:
PAIGC face à situação política vigente e perante o Decreto Presidencial nº 10/2016;
Apresentação, discussão e aprovação da proposta de Regulamento Disciplinar do Partido;
Apresentação, discussão e aprovação do Orçamento de funcionamento para o ano de 2017;
O Presidente do PAIGC iniciou os trabalhos da 3ª Sessão Ordinária do
Comité Central tecendo algumas considerações sobre o desaparecimento
físico de Fidel Castro Ruz e de uma proposta Moção de Homenagem e de
Solidariedade para com Cuba e o povo irmão cubano pelo desaparecimento
físico de uma das mais ilustres figuras do Século XX, adotada pelo
Bureau Político e remetida para aprovação do Comité Central.
De igual modo, o Presidente do PAIGC comunicou ao Comité Central de que
faleceu o camarada Baba Djata, uma das figuras do nosso Partido nos seus
20 anos de militância ativa no Círculo 15.
O Comité Central perfilou-se de pé numa singela homenagem a estes desaparecimentos, com um minuto de silêncio.
O Presidente do PAIGC informou e teceu algumas considerações sobre o
momento político que o país continua a enfrentar, das manobras urdidas
na base de falsidades e de jogos ilegais de poder com vista a
inviabilizar os Acordos de Conakry e da necessidade de um posicionamento
político e estratégico do PAIGC à luz dos Acordos de Bissau e Conakry e
no surgimento do Decreto nº 10/2016 que nomeia um novo
Primeiro-ministro em completa violação dos consensos subscritos pelo
Acordo de Conakry.
Após um aturado debate sobre os vários pontos na agenda de trabalho, o Comité Central do PAIGC deliberou:
Felicitar e encorajar a Direção Superior do Partido no prosseguimento
das vias que conduzam à saída da atual crise política e institucional do
país;
Instruir e mandatar a Comissão Permanente do Bureau Político e o
Presidente do Partido para continuarem a acompanhar o processo, exigindo
à CEDEAO e ao seu Mediador o esclarecimento cabal sobre o consenso
relativamente ao nome retido e que permitiu a assinatura do Acordo de
Conakry;
Manter e confirmar a adoção do Acordo de Conakry, enquanto instrumento
político e jurídico capaz de oferecer uma saída para a atual crise
política do país, pelo que é fundamental o seu resgate e a sua
implementação, sob a coordenação da entidade máxima do Estado da
Guiné-Bissau, subscritiva desse Acordo, que é o Presidente da Assembleia
Nacional Popular;
Esclarecer, que a não observância escrupulosa do Acordo de Conakry se
configura uma denúncia do mesmo, o que retira quaisquer possibilidades
de sua aplicação por parte do PAIGC, fazendo este regressar
perigosamente ao ponto de bloqueio institucional, com consequências
imprevisíveis para a paz e a estabilidade e com responsabilidades
imputáveis exclusivamente aos infratores.
Felicitar a Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular e em
especial aos Deputados da Bancada Parlamentar do PAIGC que integram esse
órgão pela observância rigorosa e patriótica dos desígnios e interesses
nacionais e que levou à suspensão da convocatória da primeira sessão
ordinária do III ano legislativo até a conclusão do processo de
implementação dos três primeiros pontos do acordo de Conacri;
Reafirmar a determinação de não participar e não autorizar nenhum dos
seus militantes e dirigentes a integrar no Governo de Iniciativa
Presidencial;
Retirar a confiança politica ao cidadão e militante José Mário Vaz, por
ser o principal promotor de toda a grave crise politica que assola o
país há cerca de dois anos e a sua demonstrada e assumida determinação
em afrontar e prejudicar os interesses do PAIGC, partido que o conduziu
ao mais alto cargo da magistratura e remeter ao Conselho Nacional de
Jurisdição do Partido todos os elementos que possam consubstanciar a
violação dos Estatutos;
Repudiar e condenar de forma veemente o espírito tenebroso que descreve a
falência de muitas intenções politicas que, ao falharem na sua ambição
de continuar o projeto político que herdaram ou que não conseguiram
firmar, viram-se para a tentativa fatalista e desesperada de colar o
PAIGC a práticas há muito ultrapassadas nesta formação política;
Instruir os órgãos competentes do Partido a intentarem uma ação judicial
de responsabilização ao PRS por forma a apresentar os fundamentos
materiais da acusação feita e segundo a qual o PAIGC estaria a mobilizar
as Forças Armadas para um golpe de Estado;
Levar a sério e pedir responsabilidades ao Senhor Victor Mandinga pelo
conjunto de ameaças publicamente veladas, nomeadamente na intenção de
incendiar a Sede do PAIGC, e responsabilizá-lo por todas as
consequências deste seu pronunciamento irresponsável e desmedido;
Exortar as nossas Forças de Defesa e Segurança a se manterem distantes
da luta política e a recusarem qualquer tentativa de instrumentalização,
sobretudo para emprestar violência e ameaças corporais contra membros e
ativistas da sociedade civil no uso livre dos seus direitos
fundamentais;
Denunciar a tentativa de silenciamento da sociedade civil através de uma
interdição ilegal de manifestações pacíficas devidamente enquadradas no
direito à livre expressão, consagradas na própria constituição da
República;
Condenar sem reservas a agressão e detenção de que foi alvo o Deputado
da Nação Leopoldo da Silva, manifestando a sua solidariedade militante e
exigir que as entidades competentes, nomeadamente a Assembleia Nacional
Popular e o Governo, em coordenação com as entidades homologas do
Senegal, procedam ao apuramento das circunstâncias da ocorrência e a
responsabilização dos agressores, a bem de uma convivência fraterna e a
boa vizinhança entre os nossos Estados e povos;
Aprovar o Regulamento Disciplinar do Partido, em conformidade com o
Art.º 105º dos Estatutos e criar uma Equipa de Juristas a ser coordenada
pelo Secretariado Nacional com vista a introduzir as emendas
consideradas adequadas para o seu melhoramento e operacionalização;
Aprovar na generalidade o Orçamento de Funcionamento para o ano de 2017,
adotado pelo Bureau Político, prevendo-se o seu melhoramento com a
participação dos Secretários Regionais;
Aprovar a Moção de Homenagem e de Solidariedade para com Cuba e o povo
irmão cubano pelo desaparecimento de uma das mais ilustres figuras do
Seculo XX, o camarada Comandante Fidel Alejandro Castro Ruz;
O Comité Central se congratula pela forma como os trabalhos foram
conduzidos e pelos resultados alcançados, num ambiente de grande e
responsável militantismo.
Feito em Bissau aos vinte e seis dias do mês de novembro de 2016.
O Comité Central
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
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