Bissau, 03 Mar 17 - Um emigrante
guineense que vive em França há já 36
anos considerou de lamentável a situação de crise política que se vive na Guiné-Bissau
.
Dembo Canté, líder das diferentes organizações
africanas em França e membro da direcção do partido socialista francês , na
cidade de Roubaix, Norte de França, transmitiu os seus sentimentos sobre a sua
terra Natal em entrevista concedida ao correspondente em França da Radio
Sintchan Occo, de Gabú.
“ A Guiné-Bissau só pode ter a paz e
tranquilidade quando realmente se encarrar os valores da sociedade como o
caminho para o desenvolvimento, porque na realidade o benefício comum está
acima de tudo”, afirmou Canté.
Responsabilizou os políticos pelas constantes
situações de crise que se vive no país, caracterizada por constantes demissões
de governos, troca de acusações entre órgãos de soberania, incapacidades de
lideres políticos de encontrarem soluções de consensos para o exercício
governativo, tendo sublinhado que a vontade de Amílcar Cabral e do povo
guineense em geral é de ver o progresso do país e que por isso é necessário que
cada um trabalhe para o efeito.
Dembó Canté disse que a Guiné-Bissau está
completamente desorientada sem segurança e confiança e que perdeu muitos homens
de valores que podiam contribuir bastante para o desenvolvimento do país devido
os constantes jogos de interesses pessoais.
Sublinhou que a Guiné-Bissau tem um bom solo e
que é igualmente bastante rico em cultura, tendo recomendado a conservação da cultura
guineense para gerações vindouras.
Questionado sobre o que lhe motivou a emigrar
para França, Canté respondeu que foram razões políticas, tendo explicado que a
Guiné-Bissau não oferecia uma perspectiva democrática ao povo e que cada dia
que passava perdia o controlo do seu destino à favor de uma pequena burguesia corrompida.
“Escolhi a França como país de emigração porque tinha a consciência
de que aquele país é um espaço de liberdade com garantias seguras no qual ia
poder expressar livremente as minhas convicções “disse aquele imigrante.
Candé defendeu que a capacidade e competência
de desenvolver a Guiné são dos guineenses e que, para isso, a nação guineense
precisa de homens honestos, sinceros e responsáveis.
Aquele imigrante guineense de 54 anos de idade
manifestou a vontade de voltar ao país para dar o seu contributo quando os
políticos demonstrarem maturidade e
responsabilidade política de modo a permitir a paz e a segurança interna.
“Servir
a Guiné será uma obrigação patriótica para mim uma vez que sou guineense de
origem“, disse Canté.
Dembo Canté é um guineense que vive na França há
cerca de 40 anos evoluindo no espaço jurídico e social que oferece o quadro
associativo francês, é presidente e
parceiro de muitas associações em França e também membro do partido socialista francês.
Guineendade/ANG
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