“É Preciso fazer da Guiné-Bissau o futuro da
Guiné-Bissau”
Não
é fácil mudar a Guiné-Bissau, mas é preciso mudar a Guiné-Bissau
Na Guiné-Bissau falta a higiene
na política, disciplina e rigor na administração dos assuntos públicos e no
sistema de governação,
Desta maneira, começo com uma frase simples que vivemos todos os dias
e que merece eco: nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de
que mais valem todos os erros se forem cometidos, segundo o que pensou e
decidiu do que todos os acertos, se eles forem meus, não seus. Se o criador o
tivesse criado juntar a mim, não teríamos talvez dois corpos ou duas cabeças
também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha.
É possível que, depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu, mas nessa
altura já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os
que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que
verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de não se
conformarem”.
Eu também não me conformo em ver o
meu país governado, dirigido, presidido por tanta mediocridade desencantada,
que se esforça por esconder a incompetência, através de um palavreado rústico e
primário, numa instintiva conivência com a irracionalidade de algumas claques e
de certos bandos. Quem os ouve falar, alteando as frontes, com um discurso como
um faiscar de navalhas, inventando um inimigo em cada esquina da vida, logo é
tentado a comentar: “trata-se de uma visão individualista, reacionária,
conservadora da politica, pois que estas pessoas têm da História uma visão
individualista e não estrutural”. E tanto é assim que, no fim dos seus
consulados, feitas as contas, foram poucos os êxitos e muitos os inêxitos,
foram muitos os sonhos e pouca a realidade.
Na política, antes de formar vencedores e/ou campeões, primeiramente, interessa formar pessoas autenticamente humanas, porque é com pessoas autenticamente humanas (culto-generoso) que é possível criar as instituições donde nascem as vitórias/conquistas indeslembrável. O que é uma “organização”? Na sociedade do conhecimento, que é a contemporânea, uma “organização” é um grupo de pessoas e/ou especialistas que se ocupa, com a honestidade possível, de uma tarefa comum, procurando tornar os conhecimentos produtivos. O especialista é um teórico que sabe ser prático …, mas que não dispensa a teoria, porque na dialética prática-teoria a prática surge altamente tributária da consciência, a qual, em todas as circunstâncias, deve ser crítica e reflexiva. Segundo frase célebre de Lenine: “Sem teoria revolucionária, não há movimento revolucionário”. Um partido político será tanto mais produtivo quanto mais o habitar um conhecimento atualizado, que merece o apoio e o respeito das demais organizações partidárias.
Na sociedade do conhecimento, o líder
político deve ser também um gestor do conhecimento (político-administrativo, socioeconómico
e cultural), onde há prática, teoria e constante informação. Há muito venho
também pensando na criação, no país, de uma “Escola Nacional de Ciências
Políticas e de Administração Pública acimado de CENFA, que integra um Departamento
de Inteligência Política (DIP). A Inteligência Política (IP), num partido
político, servirá como uma estrutura cultural e operacional de recolha e de análise
de crise e de tratamento e de encaminhamento da informação, visando a tomada de
decisões dos políticos e dos burocratas. A Inteligência Política (IP) deve
fornecer a informação certa, no momento certo, às pessoas certas, para que,
finalmente, se possam tomar as decisões certas. Se fazermos uma norma
observação de algumas formações políticas chegaremos à triste conclusão, que
não se dá à informação, à cultura, à princípios e valores relevante que nos
identifica e nos une.
Não obstante, muitos partidos definem-se pelo seu espírito conservador e por demasiados preconceitos historicistas. Para existir, não basta ter história. Todos somos convidados a fazer história. E, hoje, desestabilizando o que, ao longo dos anos se julga intocável, indubitável, indiscutível. O Peter F. Drucker diz-nos que “a organização da sociedade pós-capitalista é desestabilizadora. Porque a sua função é pôr o conhecimento a trabalhar (nas ferramentas, nos processos e produtos, no trabalho, no conhecimento em si) deve ser organizada para a mudança constante. Deve ser organizada para a inovação.
Não obstante, muitos partidos definem-se pelo seu espírito conservador e por demasiados preconceitos historicistas. Para existir, não basta ter história. Todos somos convidados a fazer história. E, hoje, desestabilizando o que, ao longo dos anos se julga intocável, indubitável, indiscutível. O Peter F. Drucker diz-nos que “a organização da sociedade pós-capitalista é desestabilizadora. Porque a sua função é pôr o conhecimento a trabalhar (nas ferramentas, nos processos e produtos, no trabalho, no conhecimento em si) deve ser organizada para a mudança constante. Deve ser organizada para a inovação.
E inovação é destruição criadora.
Deve ser organizada para o abandono sistemático do estabelecido, do habitual e
do confortável. Faz parte da natureza do conhecimento que ele se altere
rapidamente e que as certezas de hoje se transformem em absurdos amanhã”. Portanto,
cada um dos partidos políticos deve preparar-se para integrar, no seu próprio
seio, muitas das novidades do conhecimento político-científico dos nossos dias.
Depois, deve criar espaços, dentro de si, de estudo e de investigação. E, por
fim, deve habituar-se a inovar. É evidente que tudo isto se torna difícil com
dirigentes que depreciam a cultura e não sabem estabelecer uma unidade
dialética fundamental entre a prática e a teoria. A prática, para eles, é pura
repetição. Aliás, para os políticos, a política não sobrepuja os limites do seu
desconhecimento, da sua inércia.
A vida dos partidos políticos na Guiné-Bissau, reporta-nos, poucas vezes, para o trabalho de dirigentes de uma operosidade honestíssima e de uma generosidade exemplar. Alguns deles conheci eu e deixo aqui, de passagem, uma flor à sua memória honrada. Mas, hoje, já não pode entender-se como desestabilização as novidades que o conhecimento nos traz e nos privam de uma continuidade adormecente e repousante. Todo o trabalho, para ser produtivo, deverá organizar-se em equipas de especialistas e, portanto, com pessoas que procuram uma informação constante. Segundo o pai da administração moderna (Peter Drucker, p. 104), “o conhecimento exige uma aprendizagem contínua, porque está constantemente a mudar”.
A vida dos partidos políticos na Guiné-Bissau, reporta-nos, poucas vezes, para o trabalho de dirigentes de uma operosidade honestíssima e de uma generosidade exemplar. Alguns deles conheci eu e deixo aqui, de passagem, uma flor à sua memória honrada. Mas, hoje, já não pode entender-se como desestabilização as novidades que o conhecimento nos traz e nos privam de uma continuidade adormecente e repousante. Todo o trabalho, para ser produtivo, deverá organizar-se em equipas de especialistas e, portanto, com pessoas que procuram uma informação constante. Segundo o pai da administração moderna (Peter Drucker, p. 104), “o conhecimento exige uma aprendizagem contínua, porque está constantemente a mudar”.
Desde que, a especificamente
política é uma ciência, ou melhor, ciência hermenêutico-humana. Mas, porque
ciência humana, onde a intencionalidade se concretiza numa tensão de busca em
prol do mais humano. O horizonte da nossa reflexão, na política, situa-se no
desenvolvimento e aperfeiçoamento do ser humano. Não há política, sem situação
educativa, porque mais importante que todos os poderes deste nosso mundo
altamente competitivo é o nascimento de um homem novo, formação de um homem
nobre, de afiado espírito crítico e de uma sabedoria de vida, capazes de ajudar
ao surgimento de uma sociedade diferente, quero eu dizer: mais justa e mais
solidária. Em baixa, média ou alta disputa, a política nunca deverá deixar de
ser Educação. No meu modesto entender, um paradigma desponta, no horizonte da
política: o paradigma das ciências hermenêutico-humanas; e o da teoria crítica,
que dá especial relevo aos valores políticos. Por minha parte, escolho o
paradigma das ciências hermenêutico-humanas, julgando que assim, melhor do que
noutros lados, a Guiné-Bissau é o futuro da Guiné-Bissau.
Não é fácil mudar a Guiné-Bissau,
mas é preciso mudar a Guiné-Bissau e “o povo da Guiné-Bissau precisa e merece
sorrir”
A Guiné-Bissau não se reduz aos
jogos de sedes dos partidos políticos que teimam em funcionar em vaso fechado. A
Guiné-Bissau quer paz, quer segurança, quer estabilidade, quer encontrar
soluções viáveis e sustentáveis, quer consensos fortes e duradouros em torno de
metas claras e caminhos, certamente de exigência, mas também de eficácia e de
justiça administrativa.
Os maiores desafios da
Guiné-Bissau são as questões que se seguem:
1) crise de liderança;
2) esquema /teatro de jogos políticos (bandidaço), calunia e intriga;
3) falta de visão política (ideias e projetos) e falta de sentido de serviço à causa pública;
4) excesso de clima de desconfiança e irresoluto para governar; 5) corrupção e narcisismo;
6) irreflexão e exorbitância dos políticos;
7) abuso de poder, constante transgressão à constituição da República e aos órgãos da soberania;
8) fragilidade e ausência do estado junta de comunidades e dos seus povos. Estes dilemas não só representam a maior ameaça a democracia e do estado de direito, mas também boa governação e desenvolvimento. Mesmo assim, espero que a Guiné-Bissau possa finalmente encontrar a solução e a paz a que tem direito, a que o seu povo merece.
1) crise de liderança;
2) esquema /teatro de jogos políticos (bandidaço), calunia e intriga;
3) falta de visão política (ideias e projetos) e falta de sentido de serviço à causa pública;
4) excesso de clima de desconfiança e irresoluto para governar; 5) corrupção e narcisismo;
6) irreflexão e exorbitância dos políticos;
7) abuso de poder, constante transgressão à constituição da República e aos órgãos da soberania;
8) fragilidade e ausência do estado junta de comunidades e dos seus povos. Estes dilemas não só representam a maior ameaça a democracia e do estado de direito, mas também boa governação e desenvolvimento. Mesmo assim, espero que a Guiné-Bissau possa finalmente encontrar a solução e a paz a que tem direito, a que o seu povo merece.
Com as competências
académicas/técnicas e valores humanistas, cidadãos esclarecidos, políticos
cultos e patriotas, higiene na política, profissionais qualificados é possível
fazer da Guiné-Bissau o futuro da Guiné-Bissau.
Compatrícios, nenhuma causa morre
enquanto houver alguém que lute por ela. Nenhum projeto é vencido quando tantos
homens, mulheres e jovens persistem, persistem e lutam para o concretizar.
Iaia
Maria Turé:
- Doutorando em Administração
Pública e Governação (2014-2018), School of Public Administration and Policy,
Renmin University of China (China)
- Sociólogo mestre (2011-2014), School of Culture and
Social Development, Southwest University (China)
- Licenciado em Administração Pública e especializado
na Gestão dos Assuntos Públicos (2007-2011), School of Political Science and
Public Administration, Southwest University (China)
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