"A preservação de um ambiente propício à atividade do setor privado apoiaria uma retoma do crescimento económico em 2019. Será crítico assegurar uma campanha de comercialização de caju transparente e concorrencial, começando pelo anúncio de um preço de referência consistente com a evolução dos preços internacionais", afirmou, em conferência de imprensa, Tobias Rasmussen, chefe da missão do FMI para a Guiné-Bissau.
Uma missão do FMI realizou esta semana uma visita à Guiné-Bissau para apreciar o projeto de orçamento para 2019 para consolidar as finanças públicas e debater a evolução do setor financeiro.
Segundo o FMI, a economia guineense esteve sob pressão em 2018, tendo o Produto Interno Bruto (PIB) real caído para 3,8%, depois de entre 2015 e 2017 ter rondado os 6%.
A queda do PIB deveu-se essencialmente a uma menor produção e a uma queda do preço do caju, principal produto de exportação do país e que tem suportado nos últimos anos o crescimento económico.
"As exportações de caju caíram em cerca de 25%", disse Tobias Rasmussen, salientando que menores crescimento e cobrança de receita levaram ao incumprimento das metas orçamentais.
O défice terá aumentado para 5% do PIB, contra uma meta de 2,5%, referiu.
Em 2018, no arranque da campanha de comercialização do caju, o Presidente guineense, José Mário Vaz, definiu o preço em 1,5 euros por quilograma, superior ao que estava a ser praticado no mercado internacional.
O preço de compra ao agricultor acabou por afastar a maior parte dos compradores estrangeiros, principalmente indianos, e prejudicar os cofres do Estado em milhões de euros.
Segundo o primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, em maio, o Estado guineense já estava a perder 21 milhões de euros.
DN
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