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domingo, 13 de janeiro de 2019

OPINIÃO: BOMBA!!!JORGE CARLOS FONSECA VISITA A GUINÉ? POR FAVOR, NÃO AGORA!

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Jorge Carlos Fonseca visita a Guiné?
Por favor, não agora!


A Presidência da República da Guiné-Bissau divulgou uma informação em como o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, visitará a Guiné-Bissau entre 12 e 14 de Fevereiro, ou seja, exatamente dois dias antes do início da campanha eleitoral.

Os cabo-verdianos acompanham com atenção e muita solidariedade toda a atualidade política no país irmão da Guiné-Bissau. Mesmo que o 14 de novembro tenha criado momentos de tensão e alguma rivalidade, o contraste entre o pronunciado sucesso de um e o cada vez mais crónico ciclo de instabilidade doutro, acabam por provocar um sentimento de solidariedade e irmandade entre estes dois povos com uma história muito próxima e comum em muitos pontos.

Infelizmente, esta última versão da crise guineense tem tido um protagonista improvável, por parte do próprio Presidente da República, o Dr. José Mário Vaz, que não desiste de encontrar formas de comprometer, influenciar, e mesmo falsificar o jogo democrático. Tudo tem feito para pôr em causa a liberdade do povo em escolher os seus legítimos representantes e não há duvidas de que as eleições marcadas para o dia 10 de março só terão lugar por via de uma maior determinação da CEDEAO e a pressão interna e externa para esse efeito.

Uma visita de um Chefe de Estado é sempre uma excelente demonstração de amizade e solidariedade, sobretudo por parte de um país e um povo tão irmão e tão próximo. Há no entanto que assegurar que tal não interfira com a soberania interna e não assista nenhuma das partes a agravar o quadro de exercício democrático.

Não é o caso e há que dizê-lo claramente ao Senhor Dr. Jorge Carlos Fonseca, Jurista, Constitucionalista, Chefe de um Estado que vive a democracia e o Estado de Direito. “A sua vinda nesta altura Senhor Presidente não respeitaria os princípios de equidistância e respeito da soberania do Estado Guineense. Quando chegar a Bissau, iria descobrir que está a participar da campanha em que o Presidente José Mário Vaz está envolvido e estará a oferecer créditos a um Presidente que toma partido numa eleição legislativa num regime semipresidencial de pendor parlamentar”. Quando isso acontecer, poderá tentar se redimir e apresentar desculpas, mas o mal já estaria feito e terá agravado algum sentimento de desconfiança à clareza do posicionamento de algumas instâncias internacionais.

Um dia depois das eleições legislativas ou se preferir da proclamação dos resultados, o Presidente ainda será o Dr. José Mário Vaz, a Guiné-Bissau será o mesmo país nas mesmas coordenadas geográficas, e os guineenses cá estarão para o receber e para o aplaudir numa festa que deve ser cada encontro entre os nossos povos e respetivos representantes. Não agora.

Não agora Senhor Presidente!


Dr. Cadjucan Lima.

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