Bissau, 26 julho - O PAIGC, partido vencedor das últimas eleições legislativas na
Guiné-Bissau, mas arredado do poder, exortou hoje o atual primeiro-ministro,
Baciro Djá, a apresentar ao Parlamento “o seu próprio programa” de governação
antes do dia 02 de agosto.
A exortação foi hoje feita por João Seidiba Sani, vice-líder do grupo parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), à margem de uma conferência de imprensa que o partido promoveu para reagir ao posicionamento dos deputados que apoiam o Governo.
De acordo com Seidiba Sani, o programa do Governo
apresentado por Baciro Djá ao Parlamento, para uma eventual discussão e
aprovação, “é uma propriedade exclusiva” do PAIGC pelo que o primeiro-ministro
“tem até dia 02 para apresentar o seu próprio programa” de governação.
O programa em questão é o denominado Plano
Estratégico Operacional (PEO), 'Terra Ranka', com o qual o PAIGC projecta levar
a Guiné-Bissau ao desenvolvimento até 2025, contando com os apoios financeiros
da comunidade internacional.
O líder do PAIGC, o ex-primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira,
lembrou que foi com este plano que o seu Governo obteve a promessa de apoios
financeiros de cerca de mil milhões de euros da comunidade internacional numa
mesa redonda em Bruxelas em Março de 2014.
O actual primeiro-ministro, Baciro Djá, um dos 15 deputados dissidentes
do PAIGC, defende que o 'Terra Ranka' “é uma propriedade de todos os
guineenses” e não de uma formação politica e que ele próprio participou na sua
elaboração na altura enquanto membro do Governo de Domingos Simões Pereira.
A bancada parlamentar do PAIGC disse que requereu, desde o dia 20 deste
mês, junto da direcção do Parlamento, que o programa ‘Terra Ranka’ fosse
retirado da agenda das discussões e que na quinta-feira vai votar, na comissão
permanente, para que assim seja.
É ao nível da comissão permanente que são agendados os assuntos que
devem ser abordados em sessão plenária do Parlamento guineense.
O órgão é composto por 15 elementos, entre os quais nove do PAIGC e seis
do Partido da Renovação Social (PRS).
//Lusa/Guinendade
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