Os representantes da Guiné-Bissau e da CPLP disseram hoje no
Conselho de Segurança, em Nova Iorque, estar preocupados com a eventual saída
da ONU no final do mandato que termina em fevereiro de 2017.
"Estamos muito
preocupados com a notícia de que depois deste ano a missão vai deixar a
Guiné-Bissau", disse a diplomata Maria Lopes D'Alva, que representou o
país africano no encontro.
O mais recente relatório do
secretário-geral da ONU sobre a situação na Guiné-Bissau foi esta terça-feira
apresentado aos membros do Conselho de Segurança pelo novo Representante
Especial, o maliano Modibo Ibrahim Touré, que substituiu o são-tomense Miguel
Trovoada.
Lopes D'Alva disse, no entanto, que os responsáveis políticos guineenses
esperam que, "por essa altura, o país tenha encontrado uma forma de
caminhar sozinho para garantir a paz e que os militares, que se têm mantido
fora da cena política, assim se mantenham."
A Comunidade dos Países de Língua e Expressão Portuguesa (CPLP) foi
representada pelo diplomata de Timor-Leste Júlio Freitas no encontro.
"Estamos muito preocupados
com os efeitos prejudiciais de uma eventual saída do ECOMIB antes da situação
de segurança estar garantida e pedimos aos parceiros internacionais que estudem
formas para continuar a apoiar a paz e o desenvolvimento na Guiné-Bissau",
disse Júlio Freitas.
O representante disse que os
efeitos da crise política no país "já se fazem sentir, sobretudo no
sistema de educação e saúde e na privação económica dos guineenses."
"Estamos muito preocupados de que [esta situação] possa escalar
para tensões sociais", acrescentou o timorense.
A representante da Guiné-Bissau disse ainda que a ajuda internacional
"para aliviar as imediatas dificuldades socioeconómicas é muito importante
e muito necessária neste momento."
"Sabemos que a concretização dos compromissos da Ronda
Internacional de Dadores pode estar a espera de um ambiente político
facilitador no país, mas a população em sofrimento não pode esperar",
concluiu Maria Lopes D'Alva
No geral, o relatório hoje apresentado defende que "o inicial mas
significativo progresso feito na Guiné-Bissau após as eleições de 2014, através
da formação de um governo legítimo, inclusivo e democrático, foi amplamente
revertido" nos últimos 12 meses.
Fonte:Lusa
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