PARTIDO AFRICANO DA INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ E CABO-VERDE
SECRETARIADO NACIONAL
COMUNICADO DE IMPRENSA DO PAIGC
O PAIGC acolheu com profunda satisfação as conclusões saídas das reuniões do Conselho de Paz e Segurança da União Africana que teve lugar em Addis Abeba, do Conselho de Segurança ocorrida na Sede das Nações Unidas em Nova York, e pelas várias declarações de muitos responsáveis de organismos da Comunidade Internacional, particularmente as do Presidente da Comissão da CEDEAO em visita de trabalho a Cabo Verde.
O PAIGC registou igualmente com bastante atenção o facto de todas estas instâncias ao nível continental e internacional darem razão ao posicionamento assumido pelo nosso Partido ao longo de todo este processo, na medida em que as conclusões vão na linha de posicionamento desde à primeira hora assumido pelo PAIGC e a sua Direção Nacional, sendo as mesmas bastante claras e não deixando nenhum espaço para outras manobras dilatórias, pois regista-se uma convergência de todas estas instâncias internacionais no sentido de que a crise política que afeta a Guiné-Bissau só poderá ser ultrapassada com a implementação integral do Acordo de Conakry.
Mesmo com esta constatação objetiva de toda a Comunidade Internacional o Senhor Presidente da República dá sinais de querer continuar a desafiar tudo e todos, numa deriva perigosa que pode conduzir o nosso país a uma situação que pode voltar a comprometer a paz e a estabilidade, apesar de devida e atempadamente alertado de que a única via para uma solução política deste impasse e paralisia a que o Senhor Presidente da República sujeitou a Guiné-Bissau é o da aplicação sem reservas ou subterfúgios do Acordo de Conakry.
Assim sendo, o PAIGC exige a imediata demissão do atual Governo e a nomeação sem demoras do camarada Augusto Olivais, nome consensual retido dentre as propostas levadas à capital da irmã Guiné Conakry pelo Presidente da República, e que abriria espaço para a aplicação dos restantes pontos acordados no âmbito do Acordo de Conakry.
O PAIGC reserva-se ao direito de imputar todas as responsabilidades ao Senhor José Mário Vaz caso não aplique de imediato as disposições insertas no Acordo de Conakry, pelo que também poderá o nosso Partido considerar que a obstinada recusa do Presidente da República têm outros objetivos e contornos que podem indiciar a sua tentativa, que o PAIGC considera vã e descabida de êxito, nomeadamente o de tentar apagar a grave sujeira e o envolvimento em casos escabrosos, tais como, o fundo angolano, cujo processo já foi instruído e aguarda somente que deixe o cargo de Presidente da República, o FUNPI, o PARAP, as graves e inaceitáveis dívidas ao fisco, o desvio do fosfato e da madeira, entre outras gravíssimas situações, como o de continuar a acaparar-se do erário público em benefício próprio, sem passar pela contabilidade pública.
Para o PAIGC e para uma esmagadora maioria de guineenses a dita “mão na lama” inventada pelo Senhor José Mário Vaz, já não convence ninguém e hoje mais do que nunca ela se transformou em “mão na massa”, pois basta recordarmos o folhetim criado com o dito apoio aos “Djurtus” que afinal veio a redundar numa cabala para privatizar e domesticar fundos públicos de que os processos de queixa contra o atual Presidente da República se encontram já no Ministério Público.
De igual modo, para o PAIGC as ameaças de mandar prender, bater e matar de que o Senhor José Mário Vaz se vangloriou publicamente e de forma leviana e ignorante, já não conseguem o objetivo por ele visado na sua louca tentativa de implantar a ditadura na Guiné-Bissau, pois este já não só está derrotada como moribunda pela força de uma liberdade conquistada pelos Combatentes da Liberdade do Povo e cimentada de forma sustentável ao longos destas quatro décadas de independência pelo nosso povo, em prol da consolidação da nossa democracia.
O PAIGC alerta os seus militantes e simpatizantes e ao povo guineense para com as manobras que o Senhor José Mário Vaz e os seus lacaios estão congeminando para a escolha de um novo Primeiro-Ministro dentre os seus lacaios em virtude das decisões assumidas pelas mais altas instâncias continental e internacional e agravadas ainda pela incapacidade governava do atual Governo de iniciativa presidencial.
Para o PAIGC torna-se claro a estratégia do senhor José Mário Vaz com a nomeação de mais um Governo como sendo mais uma manobra dilatória e destinada a ganhar tempo para assim tirar mais proveitos e benefícios com os sessenta dias de tolerância, quando o país está a cerca de um ano das próximas eleições legislativas.
O PAIGC e a sua Direção Nacional e muito em particular o seu Presidente e Vice-Presidente, camaradas Domingos Simões Pereira e Carlos Correia querem publicamente expressar a sua gratidão e respeito ao Senhor Presidente da República da Guiné e Mediador para a Crise Política Guineense, Professor Alpha Condé, não só pelo seu papel e posicionamento, uma vez mais comprovado com a solução política encontrada para a Gâmbia, como pela sua inequívoca demonstração de que deu provas na condução deste processo que levou ao Acordo de Conakry, facto que veio uma vez mais elevar e consolidar o seu estatuto de grande estratego político e genuíno conhecedor dos problemas internacionais e muito em particular, africanos, reconhecido e consagrado pelas mais importantes instâncias regional, continental e internacional.
Bissau, 20 de fevereiro de 2017
O PAIGC
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