O representante da União Europeia na Guiné-Bissau, Vítor Madeira dos
Santos, considerou hoje "preocupante" a eventual "brecha" de segurança
no aeroporto do país, com a entrada no país de uma comitiva sem controlo
das autoridades, na última semana.
verificar que isto aconteceu, é uma brecha importante na segurança
aeroportuária do país e que não é tolerável", disse à Lusa Vítor Madeira
dos Santos.
A comunidade internacional "já tem alertado que a falta de autoridade
neste país pode permitir a entrada de elementos terroristas", referiu.
"Não quer dizer que seja o caso. Mas abre-se um precedente", acrescentou
Vítor Madeira dos Santos, para quem o verdadeiro problema não é "saber
quem terá chegado ou o que trouxe" neste caso em concreto, mas sim os
riscos relativos à falta de procedimentos de segurança.
"Ninguém, seja quem for ou qualquer que seja a justificação, pode passar
sem o controlo das autoridades", ou seja, serviços de emigração e
fronteiras, alfândegas ou Guarda Nacional, sublinhou o diplomata.
"Há uma queixa pública e dada a repercussão do assunto é necessário que as autoridades expliquem o que se passou", concluiu.
O ex-primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, denunciou no sábado a
aterragem do que classificou como "avião fantasma" no aeroporto de
Bissau.
"Queremos explicações sobre a real proveniência e carga do avião
fantasma que recentemente visitou o nosso país, tendo sido recebido pelo
chefe da Casa Civil da Presidência [da República]", detalhou num
documento distribuído pelo partido que lidera, o PAIGC, aos jornalistas
numa conferência de imprensa.
Fonte ligada aos serviços de segurança disse hoje à Lusa que o avião em
causa aterrou em Bissau na segunda-feira, dia 11 de julho, sete minutos
antes do meio-dia e que os seus ocupantes foram recebidos no salão VIP
do aeroporto, entre outros, por pessoal da Presidência da República.
Segundo a mesma fonte, terão sido os serviços da Presidência a indicar
que já havia sido dado conhecimento da visita a um nível superior,
dispensando a comitiva e respetiva bagagem, trazida em mão, de
procedimentos de controlo.
A comitiva chegou e partiu de Bissau, cerca de hora e meia mais tarde,
num avião Airbus 319-111 de uma companhia privada da Arábia Saudita que
aluga aeronaves, concluiu.
Tanto o Presidente da República, José Mário Vaz, como o
primeiro-ministro, Baciro Djá, encontravam-se fora da Guiné-Bissau
naquele dia.
Contactados pela agência Lusa, tantos os serviços de estrangeiros e
fronteiras como a Presidência da República recusaram-se até agora a
comentar o assunto.
A última vez que a UE se mostrou preocupada com a segurança no aeroporto internacional da Guiné-Bissau foi em dezembro de 2013.
Na altura, o alerta foi feito depois de a tripulação de um voo da
companhia área portuguesa TAP ter sido foi coagida pelas autoridades de
transição guineenses a transportar 74 passageiros ilegais, alegadamente
sírios, para Lisboa.
Catherine Ashton, Alta Representante da UE à data, pediu à Guiné-Bissau
para "cumprir plenamente as suas obrigações jurídicas internacionais e
nacionais" com "medidas adequadas para evitar qualquer repetição deste
tipo de incidentes". O caso levou a TAP a acabar com a rota entre
Portugal e a Guiné-Bissau. Lusa
quinta-feira, 21 de julho de 2016
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» A HISTÓRIA DIRÁ: O AUMENTO DA DROGA NA GUINÉ-BISSAU ESTÁ A UM PASSO GALOPANTE. O AVIÃO FANTASMA QUE ATERROU EM BISSAU ESTÁ A PÔR EM CAUSA A CREDIBILIDADE DO NOSSO PAÍS AO PONTO DA UNIÃO EUROPEIA SE PRONUNCIAR. O GOVERNO DEVE ARRANJAR OUTRAS FONTES DE FINANCIAMENTO QUE NÃO PASSAM PELA ENTRADA NO NARCOTRÁFICO
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