Bissau,11 Jul 16 (ANG) - O presidente da Liga Guineense dos Direitos
Humanos (LGDH), Augusto Mário da Silva, considerou de inaceitáveis os
motivos invocados pela direção da rádio estatal para exonerar dois
elementos da chefia da estação.
O
diretor da Rádio Difusão Nacional (RDN), Abduramane Turé, exonerou de
funções, na quinta-feira, o diretor de antena, Aliu Candé, e o chefe de
redação, Bacar Camará, por alegadamente se terem recusado a acatar uma
ordem.
Os jornalistas referem, por seu lado, que foram afastados por se recusarem a acatar uma ordem que visava censurar uma notícia.
Segundo o presidente da Liga dos Direitos Humanos, o diretor da RDN
considerou injuriosas e ofensivas as palavras proferidas pelo
ex-primeiro-ministro, Domingo Simões Pereira, numa conferência de
imprensa em que atacou o atual Governo, ordenando por isso que se
retirasse o seu registo do noticiário.
"A Liga condena qualquer ato ou tentativa de pretender limitar as
margens de exercício de trabalho dos jornalistas, dentro da liberdade de
imprensa, que é uma das grandes conquistas da nossa jovem democracia",
disse Augusto Mário da Silva à Lusa.
Para o dirigente, as justificações apresentadas são inaceitáveis ainda
que a sua organização não pretenda interferir na gestão da rádio
nacional.
"Não podemos aceitar que a liberdade de imprensa seja cortada, mas
sempre que haja indícios de censura em qualquer órgão de comunicação
social, toda a comunidade guineense tem que se posicionar contra", notou
Augusto Mário da Silva.
O presidente da Liga disse esperar que este tenha sido um "ato isolado",
mas avisou que, caso tenha sido do conhecimento do Governo, então, será
uma iniciativa fracassada.
"Nenhuma autoridade, seja ela pública ou privada pode pôr em causa a
liberdade conquistada pelo povo guineense. A liberdade de imprensa é uma
conquista irreversível" na Guiné-Bissau, concluiu Augusto Mário da
Silva.
ANG/Lusa
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