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segunda-feira, 11 de julho de 2016

LIGA GUINEENSE DOS DIREITOS HUMANOS CONSIDERA DE INACEITÁVEIS OS MOTIVOS INVOCADOS PELO GOVERNO DE BACIRO DJÁ PARA EXONERAÇÃO DE JORNALISTAS POR TEREM OPTADO SE MANTER EQUIDISTANTES DO JOGO POLITICO

Bissau,11 Jul 16 (ANG) - O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Augusto Mário da Silva, considerou  de inaceitáveis os motivos invocados pela direção da rádio estatal para exonerar dois elementos da chefia da estação.
O diretor da Rádio Difusão Nacional (RDN), Abduramane Turé, exonerou de funções, na quinta-feira, o diretor de antena, Aliu Candé, e o chefe de redação, Bacar Camará, por alegadamente se terem recusado a acatar uma ordem.
Os jornalistas referem, por seu lado, que foram afastados por se recusarem a acatar uma ordem que visava censurar uma notícia.
Segundo o presidente da Liga dos Direitos Humanos, o diretor da RDN considerou injuriosas e ofensivas as palavras proferidas pelo ex-primeiro-ministro, Domingo Simões Pereira, numa conferência de imprensa em que atacou o atual Governo, ordenando por isso que se retirasse o seu registo do noticiário.
"A Liga condena qualquer ato ou tentativa de pretender limitar as margens de exercício de trabalho dos jornalistas, dentro da liberdade de imprensa, que é uma das grandes conquistas da nossa jovem democracia", disse Augusto Mário da Silva à Lusa.
Para o dirigente, as justificações apresentadas são inaceitáveis ainda que a sua organização não pretenda interferir na gestão da rádio nacional.
"Não podemos aceitar que a liberdade de imprensa seja cortada, mas sempre que haja indícios de censura em qualquer órgão de comunicação social, toda a comunidade guineense tem que se posicionar contra", notou Augusto Mário da Silva.
O presidente da Liga disse esperar que este tenha sido um "ato isolado", mas avisou que, caso tenha sido do conhecimento do Governo, então, será uma iniciativa fracassada.
"Nenhuma autoridade, seja ela pública ou privada pode pôr em causa a liberdade conquistada pelo povo guineense. A liberdade de imprensa é uma conquista irreversível" na Guiné-Bissau, concluiu Augusto Mário da Silva. 
ANG/Lusa

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