1994 foi o ano em
que o então Presidente da República e igualmente Presidente do PAIGC, partido único, General João Bernardo Vieira, “Nino” se declarou a abertura para o multipartidarismo
na Guiné-Bissau. Apartir daí, foram criados partidos a torta e direita, até que hoje, atingiu o total de 45, um número preocupante que, curiosamente, coincide com a idade da independência
nacional.
Hoje é visível
a preocupação dos
guineenses mais atentos, no que concerne ao aumento desenfreado de partidos
políticos e, como a falta de ideologia
dos mesmos, está a afectar a
governabilidade e a fragilizar a jovem democracia que tantos atropelos sofreu
desde a sua fase embrionária.
Para um país pequeno, como o nosso, torna-se muito
difícil compreender e justificar o elevado número de partidos políticos sabendo que, a maioria deles, não representa os poucos grupos
ideológicos que fazem parte da sociedade guineense mas sim, pessoas que os dirige.
Muitas formações partidárias têm donos - é isso mesmo,
são propriedades privadas de
fulanos ou beltranos que desvinculam dos seus partidos por razões variadas e partem para a criação de
mini-partidos, desnecessários, sem
poder e sem força. Os seus supostos donos, são as mesmas pessoas identificadas na praça pública, que nada de positivo podem acrescentar o país e, alguns
deles estão desprovidos de competência política para
liderar um partido sério.
Existem partidinhos para todos
os gostos: partido parasita da sociedade (PPS); movimento cumé dinheiro di
povo (MCDP); movimento pé na cade#a
(MPC); partido confuzon na baliza di bass (PCBB); movimento intriguista para a corrupção (MIC) entre outros. A maioria deles não dispoêm de doutrinas e de projectos para a sociedade. Ao invés de
serem um elo de ligação entre a sociedade civil e o estado, encontram-se
completamente desligados do eleitor, razão pela qual, são mal vistos pela
sociedade. Estas formações só
aparecem durante as campanhas eleitorais para enganar o
povo humilde, com falsas promessas e gastar milhões na compra de consciências.
Está-se a implantar a
cultura de “N’KUMÉ N’KA FARTA, N’FORMA
PARTIDO”
Para alguns cientistas políticos, o problema não está na quantidade de partidos mas sim, na qualidade que muitos
deles apresentam. As formações políticas podem
multiplicar-se ou ressuscitar-se desde que acrescentem substâncias novas à vida
política nacional. A democracia
engrandece e o povo agradece.
Outros especialistas da matéria defendem a ideia de que, o excessivo número de forças políticas só vem confundir os eleitores, complicar ainda
mais a administração do país
e dificultar a consolidação da democracia. Defendem
ainda que, deve-se accionar os mecanismos democráticos para
restringir a formação de novos
partidos e adoptar um conjunto de medidas firmes para barrar os grupos partidários menos expressivos. A Nação precisa de
poucos e bons partidos. Partidos coesos, sérios e comprometidos com o país.
A verdade é que, apesar de existir muitos partidos, a
oposição é
inexpressiva uma vez que, a maioria de forças políticas não têm doutrinas e, até porque, nas
últimas duas décadas e meia de democracia, em apenas uma eleição a oposição
chegou ao governo.
Importa dizer que,
apesar de tudo, nem todos partidos são corruptos nem todos políticos são bandidos. A Guiné tem cidadãos honestos, competentes e capazes de reverter os aspectos negativos do nosso sistema
partidário, mudar o rumo que o país está a
tomar e pilotar o barco à um porto
seguro.
Faço votos de que, assim como os diversos grupos étnicos existentes, coabitam no mesmo espaço, os partidos políticos consigam se entender e que, haja uma LUTA SAUDÁVEl entre eles, sem INTRIGAS,
sem ÓDIO e sem VINGANÇA, para o bem da Nação.
“Há um desamor nas pessoas, uma enorme falta de tudo; valores, princípios,
atitudes, respeito, coerência, seriedade, responsabilidade, caráter, moral...
Isto é muito triste!” Lilian Fianco
Que Deus abençoe esta terra!
Ps - qualquer
semelhança nas siglas é mera coincidência.
Londres, 12/08/18.
Elaborado por: poeta Vasco de Barros.
EXISTE A PROLIFERAÇÃO DE PARTIDOS POLÍTICOS NA GUINÉ-BISSAU PORQUE O PAIGC É UM PARTIDO FALHADO, PONTO FINAL.
ResponderEliminarPAIGC É UM PARTIDO FALHADO E ASSIM CONTINUA.
HÁ LEIS QUE REGULARIZAM A GOVERNAÇÃO E OS PARTIDOS POLÍTICOS NA GUINÉ-BISSAU. E JÁ TEMOS PROVAS MAIS DO QUE SUFICIENTE DE QUE ESSAS LEIS DEVEM SER EMENDADAS PARA ASSIM MINIMIZAR INSTABILIDADE POLÍTICA NO PAÍS. E ALGUÉM PERGUNTA. O QUÊ QUE O PRESENTE PAIGC (COM MAIORIA NO PARLAMENTO) JÁ FEZ NO SENTIDO DE EMENDAR A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA E OUTROS CONJUNTOS DAS LEIS QUE CRIAM INSTABILIDADE NA GUINÉ-BISSAU!? NADA!!! PORTANTO, TUDO INDICA DE QUE A LIDERANÇA DO PAIGC ESTÁ SENDO UMA LIDERANÇA FALHADA, MAIS UMA VEZ!!! POR ISSO, PRECISAMOS DOS OUTROS PARTIDOS. O PAIGC NUNCA FEZ NADA PARA MELHORAR A QUALIDADE DE GOVERNAÇÃO NO PAÍS. CONTINUANO ASSIM, MESMO EU, TENHO QUE FORMAR O MEU PARTIDO PARA FAZER O QUE ACHO MELHOR PARA O PAÍS.
PAIGC FOI SEMPRE UM PARTIDO FALHADO E ASSIM CONTINUARÁ!!!
UMA INFO, AO BEM DO ESTABELECIMENTO DA VERDADE HISTÓRICA DOS FACTOS
ResponderEliminarO processo de institucionalização e instalação do regime da DEMOCRACIA PARLAMENTAR REPRESENTATIVA atualmente em vigor aqui na Guiné-Bissau, em substituição ao da DEMOCRACIA NACIONAL REVOLUCIONÁRIA foi lançado pelo II Congresso Extraordinário do PAIGC, realizado em Bissau/Bissalanca, entre 20 e 25 de Janeiro de 1991. É neste Congresso que este Partido decidiu vir suprimir mais tarde o Art. 4º da então Constituição da República, que o definia como “a força política dirigente da sociedade e do Estado”.
É evidentemente logo após este Congresso que se começou a registar o baile da proliferação dos Partidos que ainda hoje continua. Na altura, vieram de imediato à ribalda o FLING e RGB/MB que já existiam. Depois seguiram já ainda na primeira metade deste ano de 1991 a Frente Democrática de Aristides Menezes e mais outros.
O V Congresso Ordinário do PAIGC realizado também em Bissau/Bissalanca, entre 15 e 20 de Dezembro de 1991 veio concluir o processo lançado pelo II Congresso. Com a então declaração pela opção clara, nas resoluções deste evento, pelos princípios, condições e normas de pluralidade no funcionamento interno deste Partido e multipartidários para o país inteiro. Eis os factos.
O ano de 1994 é o ano da realização das primeiras eleições gerais baseadas nos princípios pluralistas para os Partidos concorrentes e multipartidários para o país, princípios esses que até hoje prevalecem.
Obrigado.
Pela honestidade intelectual.
Por uma Guiné-Bissau de Homem Novo (Mulheres e Homens), íntegro, idôneo e, pensador com a sua própria cabeça. Incorruptível!
Que reine o bom senso.
Amizade.
A. Keita