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segunda-feira, 8 de abril de 2019

NOTICIAS AO MINUTO: GOVERNADOR ACONSELHA O GOVERNO CENTRAL A APOSTAR NA CRIAÇÃO DE CENTROS DE PRODUÇÃO


[ENTREVISTA] O governador da região de Bafatá, Dundu Sambú, aconselhou o governo central a apostar seriamente na criação de centros de produção a nível regional como forma de desenvolver as regiões e consequentemente criar emprego. O jovem governador deixou esta advertência durante uma entrevista concedida ao semanário O Democrata para falar da situação dos projetos de desenvolvimento comunitário executados por organizações não governamentais na região leste do país, considerada a região que mais beneficia dos projetos de ajuda ao desenvolvimento em diferentes setores.
Defendeu igualmente a criação de centros de formação profissional que ajudem na sustentabilidade de centros de produção como forma de reter mão de obra local que em grande parte é constituída por jovens, que segundo a sua explanação, são obrigados a fugir das suas regiões a procura de melhores condições de vida. Outros escolhem o caminho da emigração ilegal e muitas vezes acabam por perder a vida no mar sem que a família tenha conhecimento.
Aproveitou a entrevista para pedir ao próximo governo que adote o plano do desenvolvimento regional daquela região, aprovado pelo executivo do PAIGC em 2015. Segundo ele, é um plano onde estão traçadas as linhas mestras de desenvolvimento regional capazes de transformar completamente a região em termos da dinâmica, economia, agricultura e infraestruturas.
FUGA DE JOVENS E QUADROS PREJUDICA O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO
Dundu Sambú explicou na entrevista que, para o desenvolvimento da região, é preciso trabalhar seriamente no sentido de resgatar os valores existentes naquela região, que segundo a sua explanação, são a criação das condições necessárias para a retenção dos recursos humanos que a região dispõe a fim de poderem servir melhor a região. Reconheceu neste particular que uma pessoa atenta acaba por entender que a fuga de jovens e quadros prejudica enormemente o desenvolvimento da região de Bafatá.
Para impulsionar o desenvolvimento da região natalícia de fundador das nacionalidades guineenses e cabo-verdiana, defendeu um trabalho sério com base na política do desenvolvimento regional do governo central a fim de se poder manter as competências disponíveis e que eventualmente servirão as regiões. Enfantizou que, para conseguir reter os jovens nas regiões, é preciso investir na criação dos centros de formação profissional bem como solicitar a abertura de polos universitários que permitam aos jovens prosseguir os estudos, depois de concluírem o ensino liceal.
Assegurou que o governo central deve trabalhar em colaboração com os governos regionais, apoiando-os na abertura de centros de produção que permitam o emprego dos filhos de terra, de acordo com as disponibilidades das empresas. Lembrou que no passado, a região tinha grandes centros de produção, como a fábrica de tijolos, de algodão, do INPA entre outros, que cativavam a camada mais produtiva (jovens) a ficar e tentar a sorte localmente, junto daquelas empresas, a fim de dar as suas contribuições para o desenvolvimento das regiões.
“É preciso enveredar pelo caminho da criação de centros de formação locais bem como de fábricas a fim de empregar os filhos da terra, como o propósito de manter as competências nas regiões”, observou.
GOVERNO REGIONAL INCENTIVA PROJETOS A APOIAREM CAMPONESES
Relativamemte aos projetos agrícolas concebidos para ajudar os camponeses na produção de arroz, reconheceu que na verdade a região tem grandes potencialidades a nível agrícola e que, através do rio Geba, consegue-se fazer duas produções por época (chuva e seca). Sustentou que a cidade de Bafatá conta com a bolanha de Camposa e a bolanha que situa na zona da Cerâmica (Fábrica de Tijolos) onde igualmente se produz arroz irrigado.
Assegurou que o governo regional incentiva as organizações não governamentais a apoiarem os camponeses nos projetos agrícolas, no sentido de capacitá-los tecnicamente e apoiá-los com ferramentas no sentido de aumentar a produção e ter boas colheitas.
“Atualmente, o projeto UE-Ativa apoia os camponeses que trabalham na bolanha que se encontra ao lado da fábrica de tijolos, dando orientações técnicas em termos de produções. E como se sabe, essa bolanha conta com 201 famílias que a trabalham, ou seja, podemos estimar que tem mais de mil pessoas benificiárias direta ou indiretamente da produção de arroz nessa bolanha. Tem uma área de 208 hectares. Enquanto a bolanha de camposa tem 180 hectares, conta com 150 famílias. Esta bolanha recebe apoio e acompanhamento da ONG DIVUTEC, em termos técnicos e materiais”, espelhou.
Lembrou que o setor de Contubuel é igualmente uma zona de grande produção agrícola. Segundo ele, produz cebolas e legumes em grandes quantidades e trabalha na produção de arroz através de apoios de organizações não governamentais que intervêm na zona e que acompanham os camponeses nos seus trabalhos. Lamentou, no entanto, que nos últimos tempos os camponeses têm sofrido ataques de pragas que acabam por estragar os seus produtos.
Assegurou que a crise política e governativa não permitiu ao executivo apoiar o combate às pragas, fato que dificultou e muito o trabalho dos camponeses. Acrescentou que estes conseguiam produzir grandes quantidades de alguns produtos e que, apesar das dificuldades, usavam técnicas tradicionais para salvar as suas produções.
“Os camponeses produzem grandes quantidades, mas infelizmente têm o problema enorme de evacuação dos seus produtos para o mercado, devido às más condições das estradas. Isso acaba por desmotivá-los certas vezes. Portanto, é preciso que o governo central a ser formado concentre-se também nos projetos de reabilitação e construção das estradas nas regiões, no sentido de permitir aos camponeses exportar os seus produtos para grandes cidades”, notou.
//O Democrata

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