Joaquim Evangelista afirmou que o caso do jogador do Belenenses será levado até às ultimas consequências.
O caso de Abel Camará não pode passar impune. É essa a intenção do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, que vai avançar com uma queixa para punir os adeptos que insultaram e tentaram agredir o jogador do Belenenses, Abel Camará e a sua mulher.
"Devemos repudiar comportamentos violentos e reforçar que episódios como este continuam a acontecer no futebol português. Para além de ser acusado de racismo, teve ameaças à sua integridade física e da sua esposa, grávida", referiu Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato.
"O Sindicato está do lado do Abel, reafirmando que episodios lamentáveis como estes continuam. O Abel é uma excelente pessoa, um óptimo profissional e capitão de equipa. Levaremos o caso até às ultimas consequências, para que se evitem mais casos destes. Queremos que todos os responsáveis sejam identificados e punidos em conformidade", afirmou o dirigente, em conferência de imprensa agendada para falar deste caso.
A mesma ocasião serviu para o internacional guineense e igualmente o capitão dos azuis de Restelo denunciar insultos racistas que foi alvo.
Abel Camará, defendeu, esta terça-feira, que é tempo de "dizer basta aos insultos racistas" de que tem sido alvo por parte de alguns adeptos do clube do Restelo.
Em conferência de imprensa realizada na sede do Sindicato dos Jogadores, em Lisboa, e na qual o jogador esteve acompanhado por todo o plantel do Belenenses, Abel Camará revelou que sentiu a sua integridade física e da sua esposa grávida em perigo, depois do duelo de domingo, com o Paços de Ferreira.
"Alguns adeptos têm-me usado como patinho feio da equipa, o que não é justo. Estou há oito anos no Belenenses e tenho dado tudo pelo clube. Agradeço ao grupo de trabalho estar aqui a apoiar-me", referiu o avançado.
Abel Camará adiantou ainda que já foi alvo, anteriormente, de outras provocações e insultos racistas e lamentou a indiferença revelada por Patrick Morais de Carvalho, presidente do clube.
"Esse senhor, até hoje, nunca veio ao nosso balneário falar com o plantel. E não pode dizer que não aconteceu nada de grave, porque não estava presente no local quando fui insultado pelos adeptos. Só não aconteceu nada de grave porque alguns companheiros e amigos ajudaram a resolver a situação", recordou.
Tiago Caeiro foi um dos colegas do plantel que marcou presença ao lado de Abel Camará num gesto de solidariedade.
"Estamos aqui todos para demonstrar o nosso apoio ao Abel. Ninguém como ele dá tudo pelo clube. Apelo a todos os adeptos para que este tipo de situações não volte a acontecer", pediu Tiago Caeiro.
Já Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, alertou para o facto de ter de existir "tolerância zero contra os insultos racistas e xenófobos" e lamentou "que meia dúzia de imbecis possam colocar em causa um clube histórico como o Belenenses".
"Levaremos este caso até às últimas consequências, pois o Abel Camará é um cidadão exemplar e um ser humano fantástico", concluiu.
Recorde-se que, no passado domingo, Abel Camará e a mulher, que está grávida, foram interpelados por um grupo de adeptos, que os insultaram e tentaram agredi-los fisicamente, após a derrota do Belenenses frente ao Paços de Ferreira.
Guinendade/JN
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