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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

TACIANA LIMA BALDÉ MULTICAMPEÃ AFRICANA PROMETE FAZER BOA PRESTAÇÃO NO RIO DE JANEIRO

Fonte: Globo

A cada golpe que aplica nos tatames, uma judoca pernambucana de 32 anos faz vibrar o povo de Guiné-Bissau e enche de esperança a nação da África Ocidental, que não tem sequer um tatame para a prática do judô e contará com apenas cinco atletas na Olimpíada do Rio – os outros são dois da luta olímpica e dois do atletismo. Defender as cores do humilde país só foi possível depois que Taciana Lima foi derrotada por Sarah Menezes na seletiva brasileira do peso-ligeiro (- 48kg) para os Jogos de Pequim 2008 e ficou arrasada. Para criar um fato novo e evitar a depressão, Taciana, medalhista de bronze no Mundial Júnior de 2002, decidiu descobrir o paradeiro do seu pai biológico. Ele havia se envolvido com a mãe dela no Recife, na década de 1980, quando ainda era estudante, mas voltou ao país de origem sem saber do nascimento da filha, em dezembro de 1983.


Ao procurar na internet, a atleta descobriu que Óscar Baldé era ministro de Estado da Guiné-Bissau e também tentava lhe encontrar. O contato foi estabelecido, e, quatro anos depois, Taciana parou de defender o Brasil em competições internacionais, naturalizou-se e passou a representar o país de seu pai. De lá para cá, foram quatro títulos africanos consecutivos, medalhas em etapas da Copa do Mundo e a conquista da vaga para sua primeira Olimpíada. Décima do ranking mundial e lutando "em casa", Taciana está confiante na busca pelo pódio olímpico. O desafio começa no sábado, primeiro dos sete dias de judô na Rio 2016, na Arena Carioca 2.


- Não tem nenhum tatame na Guiné-Bissau, não tem uma área de judô para as pessoas treinarem. Então eu quero tentar deixar um legado, e ganhar uma medalha olímpico seria algo muito importante. Eu confio que vou brigar por medalha, porque tenho treinado muito para isso. A categoria está muito forte, mas não tem uma grande favorita para ser campeã - comentou Taciana, após treinamento no Parque dos Atletas, no Rio.


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Como não há estrutura para a prática de judô na Guiné, a pernambucana guineense vive e treina há três anos na capital portuguesa, Lisboa, onde é atleta do Sporting. Lá, ela se exercita junto com alguns membros da seleção lusitana. Mas isso não impede Taciana de ser uma celebridade no país da bandeira que ela carrega costurada no peito do quimono.


- As pessoas brincam que eu sou a rainha de Guiné. Eu vou até lá algumas vezes durante o ano e sou reconhecida nas ruas. As pessoas me dão muito carinho, e eu vou em programas de televisão. Eles vibram muito com os meus títulos, principalmente os africanos - conta.

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