Video of Day

Guineendade

Sobre Nós

terça-feira, 30 de outubro de 2018

NOTICIAS AO MINUTO: DOMINGOS SIMÕES PEREIRA ACUSA PRS DE ESTAR A ATRASAR O PROCESSO ELEITORAL

Photo de Bissau On-line.


O líder do PAIGC na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, esteve em Paris para se reunir com a comunidade guineense a residir em França. Em entrevista à RFI, o antigo primeiro-ministro afirma que há uma vontade deliberada em atrasar o processo eleitoral, nega qualquer tipo de guerra pessoal com o chefe de Estado e afirma que o país sabe que precisa que o PAIGC ganhe as eleições.

Neidy Ribeiro: O primeiro-ministro Aristides Gomes apresentou na semana passada um relatório ao chefe de Estado onde indica que, até momento, foram recenseados 30% dos potenciais eleitores, num universo de mais de 900 mil eleitores. O senhor admite que o país tem condições de realizar eleições ainda em 2018?

Domingos Simões Pereira: É uma responsabilidade que todos nós guineenses, sobretudo dirigentes políticos, temos de entrar num quadro de normalidade. As últimas eleições foram realizadas em Abril de 2014, portanto todos devíamos estar alinhados para criar condições para que em Abril de 2018 acontecessem essas eleições. Não foi possível, foi transferida para Novembro, de acordo com as disposições constitucionais, e portanto temos de trabalhar nesse sentido.

RFI: Como é que se explicam estes atrasos no processo de recenseamento?

DSP: Tivemos partidos, particularmente um partido, o PRS, a exigir recenseamento de raiz, através de métodos biométricos, concessão do cartão no acto da eleição. Só se podia começar a recensear quando chegassem todos os kits, por isso é que se começou a falar dos kits. De outra forma, podia-se começar o recenseamento e depois fazer a impressão conforme as outras alternativas que tinham sido propostas. Gastou-se aí mais de um mês. E, no final, nós estamos a assistir a muitas iniciativas no sentido de bloquear o processo.
 Eu penso que foi noticiado, dirigentes do PRS que se deslocam às messas de recenseamento para bloquear essa situação. Tivemos o registo de um incidentes desses envolvendo o secretário-geral do partido (PRS).
Tivemos incidentes no sul do país, concretamente em Fulacunda, onde o representante do PRS vai à mesa de recenseamento, subtrai a bateria que assiste a equipa no trabalho para bloquear o processo. Tivemos o mesmo registo tanto em Portugal como em França, onde os embaixadores recebem os kits, guardam os kits, impedem a equipa que veio de Bissau de fazer o seu trabalho, e depois afirmam que não há condições para a realização de eleições.

RFI :Têm sido denunciadas irregularidades no processo eleitoral. Há mesmo partidos que defendem que deveria começar-se tudo de novo. É possível anular o processo?

DSP: Isso é um completo absurdo. Sempre disse desde o início que os partidos não se prepararam. São partidos que estão habituados a fazerem uma co-relação entre a sua disponibilidade financeira, a sua capacidade de controlar o acto eleitoral e aquilo que eles esperam ser os resultados. E basta não sentirem esse controlo absoluto da situação para acharem que as condições não estão reunidas.

RFI: A Comissão Nacional de Eleições denunciou que muitas pessoas têm sido impedidas de se recensear por terem os documentos caducados, quando a lei prevê esse tipo de situações. Acha que há uma intenção de adiar todo este processo?

DSP: Desde o início, não há dúvidas nenhumas, que todo o atraso que tem acontecido é, em muitos casos, atrasos deliberados. Por exemplo, quando nós falamos do início do recenseamento, os kits ficaram retidos na Nigéria por mais de um mês. Os próprios técnicos que se deslocaram à Nigéria e que constataram que os kits existiam e que deviam ir para a Guiné-Bissau sentiram-se frustrados e voltaram para a Guiné.

RFI: Com todos estes atrasos, com todo o descontentamento, nomeadamente da parte da sociedade civil, muitos defendem que a marcação de eleições deveria ser em finais de Janeiro ou Fevereiro. Não acha que essa seria a melhor data?

DSP: Se houverem razões objectivas que demostrem que o adiamento, um pouco mais de tempo, dá a ganhar algo em termos de qualidade da realização de eleições, obviamente que teremos toda a capacidade de aceitar essas propostas. O problema é que esta proposta de adiamento não é acompanhada por nada que demonstre que nós estamos a tentar ganhar em eficiência em relação ao processo.

Ora, nós temos um país que está parado há mais de três anos. Temos uma economia que está completamente estagnada. Há uma grande diferença em realizar eleições em 2018 e fazer eleições em 2019, desde logo porque todos os países, normalmente, começam o seu ano fiscal em Janeiro. Quando um país como a Guiné-Bissau, que depende fortemente do apoio internacional e da cooperação internacional, faz as suas eleições em Janeiro tem que compreender que a capacidade de interlocução com os seus principais parceiros fica comprometida.

RFI: Aristides Gomes tinha apenas uma missão: realizar eleições a 18 de Novembro, como foi definido em Lomé. Muitos políticos e analistas têm vindo afirmar que há no país um sentimento de que o governo não tem condições nem interesse em organizar o pleito na data prevista. Considera que o primeiro-ministro está bem colocado para a conduzir o processo eleitoral?

DSP: Penso que sim, eu não tenho elementos para auferir essa avaliação. Eu penso que é importante dizer que este governo é consequência de uma crise que foi criada, que foi sustentada durante muito tempo. Agora, três anos depois, do início dessa confusão, querer transferir para o governo essa responsabilidade do quadro de paralisação que nós vivemos, parece-me no mínimo um pouco questionável. Eu penso que o que acontece é que as mesmas entidades …que bloquearam o país e não permitiram que, na altura em 2015 ao evocar a existência de um novo quadro político, se convocassem eleições… tal como a nossa Constituição rege, hoje tentam procurar um novo bode expiatório.

RFI: Acredita que isto se tornou numa guerra pessoal entre o Presidente da República e o Senhor?

DSP: Foi assim apresentada no início e o povo guineense foi levado a crer que se tratava de uma questão pessoal. Eu penso que o momento de mudança, que algumas pessoas não estiveram atentas e não conseguiram acompanhar, foi quando nós nos retiramos e foi possível colocar um outro primeiro-ministro. A partir dessa altura, sem dar conta talvez, o Presidente estava a ser avaliado. Se o problema era pessoal e eu me afastei, fui ocupar-me dos assuntos dentro do partido, o que se espera era que o Presidente da República se entendesse com o primeiro-ministro que foi então proposto. A convivência com o Presidente da República durou pouco menos de um ano. Depois dessa alteração o que é que nós temos vindo a ver: uma sucessão de primeiros-ministros, vamos no sétimo. Porquê? Porque o Presidente da República recusa-se a cumprir aquilo que é o “ditame” constitucional.

RFI: O Presidente da Comissão da União Africana, Mussa Faki, quando esteve no país defendeu que se deveria mudar a constituição, para defenir os poderes do presidente e do executivo, antes de a Guiné-Bissau ir a eleições. Não se estarão, mais uma vez, a adiar as decisões que estiveram na origem da crise político-institucional de 2015?

DSP: Compreendo que essa posição seja defendida por todos os países que são vizinhos da Guiné-Bissau. Porquê? Porque todos são de regime presidencial. Ora eu penso que a Constituição é um documento, é uma lei. Se há regimes semi-presidenciais é porque esses sistemas funcionam.

RFI: Este fim-de-semana esteve reunido com a comunidade guineense a residir em França. Já está em campanha eleitoral?

DSP: O PAIGC é um partido sério. Portanto a partir do momento em que a data das eleições é fixada, para nós é lei, até porque é fixada por um decreto presidencial.
RFI: Quais é que serão as prioridades do PIAGC?
DSP: Pela primeira vez, nós vamos ter um partido político que tem condições de dar garantias ao povo guineense que, se for eleito, vai levar o seu mandato ao fim. Vai implementar um programa de governação que é baseado numa visão estratégica. Nós fixamos vários objectivos: colocamos o capital humano como o nosso principal enfoque. Identificamos quais os factores de crescimento da nossa economia e estão bem definidos: desde o caju, o turismo, as pescas, a exploração mineira, a energia é fundamental.

RFI: Em entrevista à RFI, o PRS afirmou que nenhum partido vai conseguir obter maioria absoluta. O senhor prevê um cenário de coligação?

DSP: Eu penso que o resultado das eleições depende da vontade do povo guineense. O programa que nós vamos apresentar ao povo guineense vai ser acompanhado com um pedido muito claro, muito expresso de que o PAIGC, para implementar esse plano e para levar toda essa visão em curso, precisa de facto de maioria confortável, precisa dessa maioria absoluta. Agora o PAIGC respeita aquilo que for a vontade do povo e uma coisa é certa: nós vamos manter a porta aberta ao diálogo. Vamos dialogar com todas as forças vivas da nação e em função dos resultados, nós estaremos dispostos a analisar todas as alternativas que possam viabilizar a implementação da visão estratégica que nós avançamos.

RFI: O Senhor acredita que o PAIGC vai sair vencedor destas legislativas?

DSP:O país sabe que, neste momento, precisa que o PAIGC ganhe as eleições.



//RFI

19 comentários:

  1. Este homem é mentiroso!! A ministra encarregue de realizar as eleições é do PAIGC, assim como o 1º ministro! Esses dois ministros são incapazes de realizar as eleições, vem o chefe da máfia culpar os outros!! PAIGC foi e continua a ser santuário de incompetentes!! infelizmente o povo guineense continua cego!!

    ResponderEliminar
  2. Sinceramente! O gaso é mesmo um mentiroso voluntário. Quer dizer, ainda que a Lei determine que o eleitor é entregue o cartão no momento em que se recenciou, o tipo fala em optar para outros cenários ilegais mas, que facilitem interesses inconfessos do DSP. O PRS defendeu o cumprimento da Lei e para o mentiroso DSP isto é a causa do atraso deste absurdo recenciamento do falhafo PAIGC.
    Isto que o DSP nós tenta habituar é no mínimo uma brutal frustração do gaso, a sério.

    ResponderEliminar
  3. Hotna Cufuk Na Doha, és tão burro que nem consegues escrever GAJO!!!! KUMA GASO JJJJJJJJJJJJJJEEEEJJJJEEEJJJ

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. I linguagem di dutures sim diploma!
      Viva PAIGC, Viva DSP.

      Eliminar
  4. Osvaldo Vieira o PAIGC é K bloqueou o resenseamento na quinara

    ResponderEliminar
  5. De facto alguns terão continuado cegos em defender os interesses alheios. O PRS não é necessário partido para o povo Guineense.

    ResponderEliminar
  6. Ate entao nao consigo engender se alguem gala do PRS is balantas respondem. Quero que alguem explique para que outras etnias possam engender melhor sobre o PRS= Partido does balantas. E acha que nao por isso Koumba Kala fundou este partido

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não estou de acordo contigo. Eu sou balanta e intelectual de primeira linham mais não sou do PRS e nunca votei e nem votarei no PRS e nem num candidato apoiado pelo PRS. Deixemos de julgar as pessoas pela etnia que pertence más sim pela atitude e comportamento.

      Eliminar
    2. Falas dos balantas, agora podemos falar dos manjacos. O Jomav é manjaco. Ele é o artífice desta crise, o Florentino Mendes Pereira, Orlando Mendes Veigas, Luis Olundo, Vençã Naluak todos são manjacos e são do PRS e te podia citar os nomes de muitos manjacos que do PRS e são pessoas que alimentam esta crise. Por isso meu caro amigo não falemos da etnia más sim das pessoas e os seus actos. Não sou do PRS e nunca o serei.

      Eliminar
  7. Senhor Osvaldo VIEIRA,tu sendo um guineense de VERDADE,devias pautar pelo caminho da legalidade,sendo que todos os actos administrativos/lei ,devem ser cumprido na sua integra,não podemos nunca pautar pelo caminho de desrespeito das normas legais vigente,pelo que aquilo que o PRS defendeu e defende é só tão só a legalidade de td o processo eleitoral em curso.
    Outrossim,informar lhe de que o DSP,anda a tentar enganar ou desviar atenção dos menos atentos,a lei não se negocia,mais sim temos o dever/obrigação de o respeitar.
    E,aproveito ainda para lamentar esta atitude ignóbil do presidente do PAIGC,um verdadeiro cidadão comprometida com seu povo ,não deve pautar por caminhos tortuosos e nebuloso.

    ResponderEliminar
  8. Nha ermon a atitude do DSP não foi ignóbil!! Pelo contrário a atitude ignóbil foi a do representante do PRS que foi à mesa de resenceamento e subtrai a bateria que assiste a equipa no trabalho. Aconteceu em Fulacunda, França Portugal etc etc. Atos condenáveis independentemente da nossa afiliação partidária! Nha mantenhas!

    ResponderEliminar
  9. Nha ermon Kapadur Gomes,o que está em causa não é um assunto partidário,mais sim de interesse nacional,este processo tem de td ,mais menos transparência.

    ResponderEliminar
  10. Yes sir! O interesse Nacional é a nossa prioridade, sem termos que apontar o dedo no candidato/partido A ou B!

    ResponderEliminar
  11. Se não tivermos condições para iniciarmos um processo, porqué fazé-lo? Desde abertura democrática nunca tivemos um resenceamento mal conduzido como este. Mas porqué? Somos bons ou maus alunos? Aprendemos ou não o que é a evolução? Passados 24 anos depois do primeiro processo, temos a coragem de brindar ao mundo com esta tamanha mediocricidade!voês jovens devem mesmo privilegiar a ciência, evitar a contaminação que podem e poderão advir das gerações mais velhas. Uma geração corrupta, violenta, insensata, altiva e . É uma geração que infelizmente baniu no seu quotidiano os conceitos como humildade, solidariedade, honestidade e serviço. Vocês jovens devem mesmo procurar orientar as vossas atuações segundo os ditames das ciências e não a luz da propaganda populista ou pelo poder da manipulação da língua. Cuidem, pois o futuro vos pertence, pelo que não cultivem estilos insensatos optando pelos insultos, ao invês de privilegiarem a correção e ateação. Acima de tudo, todos são guineenses e, a diferença reside apenas nas estratégias escolhidas para fazer trilhar a massa populacional rumo ao desenvolvimento esperado. Viva a juventude! Amor, compreenção e respeito entre vós! Bem haja! VOLTAREI.

    ResponderEliminar
  12. É importante ter um processo eleitoral credivel justa e transparente.
    Estamos num momento em que os ooliticos aoroveitam da frasilidade do povo e fazer deles uma mawuina de campanha eleitoral para tirarem proveitos mesquinhos.
    A Guiné Bissau em curto periodo da implentação democratica, viveiu muitas eleições, cada ves o povo fica esperansoso de que haverá melhorias e esta esperança vai para agua baixo.
    Pelas pessoas que acham a Guiné é as suas propriedades...
    Desta ves com a forte equipa do PAIGC liderado pelo DSP, o povo acredita numa mudança que trará a esperança afundada pelos corruptos a varios anos, a questão de o povo ter um pouco de paciencia e serem observadores atentos das manobras dilatorias dos politicos que querem a todo custo adiar o processo eleitol em curso todo para sustentar necessidades psicoticas de alguem mas o povo é um juiz que não tenho no seu julgamento, o dia sentenciar os malfeitores ja esta bem proximo.
    A verdade sera dita e vontade do povo sera expressa nas urnas.
    Viva Guiné Bissau, viva PAIGC, viva DSP. A luta continua com toda firmesa e determinação para salvar o povo do abismo e de corrupção generalizada.

    ResponderEliminar