COMUNICADO DA COMISSÃO POLÍTICA DO PAIGC EM CABO VERDE
Comunicado de Imprensa
Na sequência de visita do enviado especial do Presidente da Republica da
Guiné-Bissau a Cabo-Verde, o Ministro de Estado e de Energia da Guiné-Bissau –
Sr. Florentino Mendes Pereira, acompanhado do Embaixador da Guiné-Bissau em
Portugal, Sr. Helder Vaz, a Comissão Politica do PAIGC nestas ilhas, em sua
reunião extraordinária, ponderou sobre as declarações públicas proferidas pelos
mesmos e tomou as seguintes posições:
- Desmentir totalmente as declarações feitas pelo Secretário-geral do PRS, e membro do atual Governo ilegal, de que há estabilidade na Guiné-Bissau. Pois, a dita estabilidade não existe atualmente no País;
- Denunciar a camuflagem da visita do "Ministro de Estado e da Energia” a Cabo-verde, com o intuito de intoxicar a opinião pública neste e noutros países por que pensa passar, entre os quais Senegal e Portugal;
- Lembrar o dito Ministro e o seu governo ilegal
de que em Cabo-verde, as Instituições funcionam e as leis são respeitadas.
Pois, quem é escolhido pelo povo é que governa. Por isso pedimos ao
Presidente de Republica, Primeiro Ministro e Presidente da Assembleia
Nacional, para que não acreditem nas informações falsas dadas por este
enviado e o seu acompanhante. Apenas
para citar o estado em que se encontra o país presentemente, destacamos
alguns exemplos:
a) Administração
Pública paralizada,
b) Falta da água e energia em todas as
cidades;
c)
Greves premanentes na maioria dos serviços do Estado;
d) Atrasos significativos e de muitos meses no pagamento de salário dos funcionario
públicos;
e) Detenção e espacamentos dos jovens inconformados com a situação atual
no País, em decorrência das manifestações civicas pacíficas e sem
distúrbios realizadas, o que mostra clara violação dos direitos humanos;
f) Utilização de força excessiva por parte das autoridades policiais a
mando do atual regime;
g) Restrinções aos orgãos de comunicação social do Estado, na
mediatização das acções dos adversários políticos das autoridades;
h) Persiguição dos antigos
elementos do governo legítimo do PAIGC.
Por outro lado, temos a referir que existem mais
elementos de clarificação a solicitar ao Presidente da República(PR) e
seus séqüitos, nomeadamente:
- É importante que os emissários do PR
expliquem, pq é que não fazem recurso às instâncias apropriadas do país
(na Guiné-Bissau), e preferem fazer calúnias pelo mundo fora, onde não há
meios de comprovação. Deverão
igualmente explicar pq é que o PR não colaborou com a Comissão Parlamentar
de Inquérito sobre vários assuntos. Tudo isto precisa ser conhecido pelo mundo,
por onde vão fazendo investidas com a tese justificativa das razões que
levaram à demissão do primeiro governo legitimo do PAIGC, liderado pelo
Eng. Domingos Simões Pereira.
- Que é feito do Relatório da Comissão
Parlamentar de Inquérito? Porque não se publica e porque não é confiado
ao Procurador Geral da República?
- Acabou de ser
publicado o Relatório do FUNPI, realizado pelo KPGM, com o apoio do Banco
Mundial. Constatações evidentes da má gestão e desvio de fundos públicos
por gente próxima do PR (Braima Camara, Botche Cande, nado Mandinga, etc.)
se é que ele próprio não está envolvido. Que sequência a essa descoberta?
Porque não activar a atuação do Procurador Geral da Republica?
- Primeiro Presidente do Tribunal de Contas
desta legislatura tinha procedido à certificação das contas publicas a
partir de 2009. Foi exonerado e substituído. Porquê e porque não se
prossegue com tal atividade?
- Mas também os 600 milhões de Francos CFA
para a compra da Casa Escada - a empresa JOMAV comercializa materiais de
construção civil - aonde foi buscar fornecimentos em atraso para chegar a
esse montante, para além de não ter passado a auditoria, como comprou o
edifício TAP (2009), após chumbar o pedido de compra a favor do Estado da
Guiné-Bissau (2005). Os casos são inúmeros e quase incontáveis.
- Há acusações concludentes, com exibição
de cheques sobre o desvio feito pelo então Ministro das Finanças, atual PR
dos 12 milhões dólares doados pela República Popular de Angola para o
programa de reforma do Sector da Defesa e Segurança. Primeiro,
depositado em Lisboa numa conta privada no Montepio; depois parcialmente
transferida para Bissau para uma conta, presumivelmente publica, mas com
assinatura única do José Mario Vaz, de onde saíram tranches de 200, 300 e
mais milhões de Francos CFA. Porque não esclarecer judicialmente e
publicamente esta situação por que clama incessantemente a
população?
· Mais
importante que tudo isso: o Ex-Primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, em
nome do Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos, depositou um pedido
junto do Secretário Geral das Nações Unidas para a constituição de uma Comissão
Internacional de Inquérito sobre todas as situações de fraude, corrupção e
crime económico. Essa Comissão só ainda não está criada, porque para o efeito é
necessário o acordo dos actores políticos nacionais. Porque é que o PR e o seu
governo não dão o seu acordo para o efeito?
Praia, aos 11 de Abril de 2017
A Direção
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Prof. Pedro Barbosa Mendonça
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