O diretor-geral de Organizações Internacionais da Coreia do Norte, Kim Chang-min, afirmou numa entrevista esta segunda-feira à agência espanhola EFE que a situação na região é "extremamente perigosa" e que uma guerra poderá rebentar a qualquer momento."
"Hoje está criada na península da Coreia uma situação extremamente perigosa que ninguém consegue prever quando vai ficar fora de controlo e descambar para uma guerra total", assegurou o alto funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pyongyang.
Kim culpou os Estados Unidos pelo atual estado de tensão na região e considerou que o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, ao afirmar numa visita à Coreia do Sul que quer defender os seus aliados asiáticos, na verdade está a procurar uma forma de fazer um "ataque preventivo para derrubar o regime" norte-coreano.
Em Moscovo, a Rússia também se pronunciou esta segunda-feira sobre a crise coreana, afirmando esperar que os Estados Unidos não atuem de forma "unilateral" para resolver o problema dos programas de mísseis balísticos e nuclear da Coreia do Norte.
"Espero que não se produzam ações unilaterais como aquelas que vimos recentemente na Síria", declarou o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, numa conferência de imprensa em Moscovo após uma reunião com o homólogo senegalês, Mankeur Ndiaye.
Lavrov referia-se ao bombardeamento de uma base síria por parte dos Estados Unidos, em resposta a um ataque com armas químicas atribuído ao regime de Bashar al-Assad.
"Nós não aceitamos as aventuras nucleares e balísticas de Pyongyang que violam as resoluções da ONU, mas isso não quer dizer que seja possível violar o direito internacional e utilizar a força" contra a Coreia do Norte, realçou o chefe da diplomacia russa.
O vice-presidente norte-americano declarou esta segunda-feira, numa visita à zona desmilitarizada (DMZ) que separa as suas Coreias, que os EUA querem obter uma solução através de "meios pacíficos, graças à negociação", mas que "todas as opções estão em cima da mesa" para lidar com Pyongyang.
Apelou ao regime norte-coreano para não testar a "determinação" do Presidente Donald Trump sobre a questão do nuclear, nem o poder do exército americano.
"Se interpretarmos esta formulação como uma ameaça de utilização da força de forma unilateral, então vamos mesmo por um caminho perigoso", declarou Lavrov.
Guinendade/Lusa
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