Sirvo-me do presente
para demonstrar a minha indignação em relação aos últimos acontecimentos da
atual situação política vigente no país. Não obstante, afirmação do Premiê
Úmaro Sissoco Embaló de ser vítima de hostilização das manifestações no país, organizado
pelo Movimento
Cidadãos Conscientes e Inconformados em convergência com o Movimento
Cidadãos do Mundo, que levou a detenção de alguns dos manifestantes,
provocando as reações no plano nacional e internacional, e, aproveitando dessas
reações que nos chegam de diferentes cantos do mundo, eu, na qualidade de
cidadão nacional, faço também chegar a minha preocupação e indignação com
aquilo que considero de uma ameaça a construção de um Estado de Direito e Democrático.
A semelhança daqueles
que almeja a unidade nacional, paz e desenvolvimento para todos os filhos/filhas
da Guiné-Bissau, também faço parte. Por isso, sinto-me no dever de expressar e
dar as minhas contribuições enquanto guineense nato.
Estou ciente de que
muitos não vão concordar comigo, mas peço perdão àqueles que não concordarem
com a minha opinião, simplesmente por estarmos num Estado de Direito e Democrático,
mas que muitos ainda não levam em consideração os princípios que norteiam a
democracia, outrossim, espero que me compreendam e respeitem a minha opinião, como
também faço a questão respeitar a vossa.
Estou apenas usufruindo
da Constituição da República da
Guiné-Bissau – Carta Magna, Cf. In: TÍTULO II – Dos Direitos,
Liberdades, Garantias e Deveres Fundamentais (Art.OS 24º a 58º).
A luz da Carta Magna,
todos os cidadãos têm direito à liberdade de imprensa, senão vejamos:
Art.º 56º
1 1) É
garantida a liberdade de imprensa.
Por esta razão, convido
a todos/as, a uma profunda reflexão e fazerem jus a Carta Magna – Constituição da República da Guiné-Bissau em relação
as declarações do Sr. Primeiro Úmaro Sissoco Embaló, para com o objetivo de tirarmos
as nossas ilações dos assuntos ligados a vida política do país.
Neste sentido, chamo
atenção da Comunidade Nacional e Internacional, os Partidos Políticos com e sem
assentos parlamentares, Comunidade Religiosa e o Poder Tradicional pela
necessidade de analisarmos o plasmado na nossa Carta Magna – Constituição da
República da Guiné-Bissau, sendo que, o país corre o risco de entrar
num “beco
sem saída” se as medidas não forem tomadas no determinado tempo e as
consequências que delas hão de vir, é o povo quem pagará as faturas políticas,
tal como já temos muitas provas.
Com essa preocupação,
e, observando a Carta Magna, chego uma conclusão:
A Guiné-Bissau é uma
República soberana, democrática, laica e unitária. Cf.: Carta Magna – Constituição da República
da Guiné-Bissau. TÍTULO I (Art.º 1).
Então, se assim for,
que o PM Úmaro Sissoco Embaló seja responsabilizado da sua afirmação e que
apresente provas que sustentam a sua tese enquanto homem do Estado
que ocupado um cargo público com “status” de relevância, porque isso
é um crime a Nação.
E, com a mesma
preocupação, com os olhos fixos na nossa Constituição,
aprovada em 27 de Novembro de 1996. Promulgada a 4 de Dezembro de 1996, faço
questão de colocar em pauta os seguintes:
Art.º 6º
da Constituição da República da
Guiné-Bissau
1) Na
República da Guiné-Bissau existe separação entre o Estado e as instituições
religiosas.
2) O
Estado respeita e protege confissões religiosas reconhecidas legalmente. A
atividade dessas confissões e o exercício do culto sujeitam-se à lei.
Em vista dos argumentos
supracitados e extraídos da nossa Carta Magna, peço a
responsabilização do Sr. Premiê Úmaro Sissoco Embaló da sua declaração, tendo
em conta as várias crises já vividas no país e para não corrermos o risco de um
dia cairmos naquilo que é confrontos tribais.
Apesar de muitas vezes,
chegamos à conclusão de não se imiscuir sobre as situações vigentes no país,
mesmo assim, estamos no dever de expressar. Visto que, se o país continuar na
mão dos políticos sem a nossa intervenção nos momentos indicados, certamente,
seremos nós os culpados da situação, já que todos eles fazem parte do mesmo
saco onde tem feijão “podre”. Desculpem a utilização da
expressão.
A baderna institucional
vigente no país vem demonstrar mais uma vez a necessidade de protegermos aquilo
que nos une –, a nossa guineendade, outrora conquistada a
um custo muito alto. A sua conquista custou vida de muitos combatentes e que
até hoje, cujos filhos/filhas se sentem ainda tristes e carregam dores que
apenas a Unidade, Luta e Progresso pode-lhes aliviar enquanto estão a ver
a real situação em que os seus pais e mães se encontram sem um reconhecimento
por parte do Estado, da qual os nossos
políticos, apenas da desunião, a luta pelo poder e progresso pessoal sabem
fazer.
Peço a fé, mas uma fé
em Deus e em nós mesmos. Somos a mudança que o país precisa e podemos fazer a
mudança acontecer se descobrirmos a nossa capacidade de mudança e de melhorar o
que há dentro de nós.
Nós, jovens do século
XXI, temos a capacidade de fazer mudanças acontecerem, mas enquanto fechamos
dentro de nós mesmo, a mudança que queremos nunca acontecerá. Esse é o meu
conselho para você que leu até o final deste artigo de opinião.
Que Deus abençoe a
Guiné-Bissau!
Viva Unidade Nacional!
Por: Papa Sufre Fernando Quadé
Graduando em
Administração.
Jahu, São Paulo/Brasil,
13 de Abril de 2017.
0 comentários:
Enviar um comentário