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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

OPINIÃO: SUPER BOMBA!!! NOVOS ESQUEMAS, NOVOS GOLPES, OS MESMOS MÉTODOS


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Perante novas evidências da interferência do Presidente e seus acólitos na vida política do país, sempre que parece que já vimos tudo ou difícil de imaginar o pior, lá surge mais um caso, mais uma montagem, mais uma intriga.

Todo o reportório já foi imaginado e executado nesta legislatura. É verdade que já tivemos muitas crises e muita instabilidade no passado, mas hoje ninguém parece ter dúvidas de que esta já bateu todos os records, tudo o que de mais extraordinário e terrível se pode pensar e, sobretudo com o envolvimento direto do primeiro magistrado.

Nesta última fase, já se conseguiu atrasos sucessivos no processo, a escolha dos piores cenários para tornar o recenseamento o mais complicado possível, instruir Embaixadores a bloquear o processo, ter Secretários Gerais de partidos a perturbarem as mesas de recenseamento, falsificar e inventar boletins falsos para desacreditar o processo. Tudo tem valido, para o que seria o Plano A desta fase derradeira – tentar forçar a queda e alteração do governo, conseguir o adiamento das eleições e se possível a sua coincidência com as presidenciais.

Tudo isso foi sendo sistematicamente denunciado, e a comunidade internacional, sobretudo a CEDEAO, mostrou estar atento e disposto a não se deixar levar, pois também joga o seu prestigio.

Depois da última tentativa, tudo parecia estar esgotado e agora não restar outra diligência que não seja avançar para as eleições, com legislativas agora e presidenciais em meados do próximo ano.

“Vacinados” pelas incidências múltiplas dos últimos três anos, todos questionaram se era desta que o PR deixava o país seguir o seu curso, indicando aos seus apoiantes já não dispor de outros recursos que não fossem, respeitar a vontade do povo e aceitar a sua sorte.

E eis que uma nova formula é desvendada, para expiro da Ciência Política e incredulidade dos otimistas incorrigíveis – “comprar viaturas para os Presidentes dos Sindicatos” e convidá-los a refeições no palácio, para incentivá-los a manter a greve que paralisa o ensino do próprio país; paralelamente, convocar os partidos e movimentos de seu apoio para tentar desta forma novas formulas para comprometer o processo eleitoral, adiar sine die as eleições e o país e tentar a todo o custo pôr em causa a paz social, a estabilidade e o funcionamento do processo democrático. Na mesma perspetiva, instruir o Ministério Publico para lançar uma campanha de perseguição aos agentes do GETAP e paralisar o processo. Finalmente, preparar o sindicato dos magistrados para lançar uma greve e paralisar o Supremo Tribunal de Justiça e assim inviabilizar a receção das listas de candidatura.

Com tudo isto, há recados obrigatórios para toda esta gente:

1.      Ao PR – “infelizmente, já não há nada que possa dizer ou fazer para que os seus pares e seus conterâneos o oiçam com atenção e respeito. A obsessão em derrubar o governo para poder formar outro, de sua iniciativa, ou ainda provocar uma profunda remodelação, não faz qualquer sentido porque tanto a greve como os atrasos do processo eleitoral são da sua responsabilidade. O melhor que irá certamente conseguir é acelerar e antecipar o processo da sua responsabilização;

2.      Aos Sindicatos – podia-se compreender que as dificuldades que enfrentam e a tentação de também embarcar nessa onda de bloqueio e aproveitamento fosse difícil de dispensar. Mas, os profissionais sinceros merecem um maior respeito e serem melhor representados, para que em entendimento e coordenação com as tutelas possam construir consensos a favor do que devia a ser a nossa grande prioridade, o funcionamento dos sectores, seja a Educação, a Saúde ou a Justiça;

3.      Aos Partidos Políticos – Em democracia, o povo é a instância máxima e, de sua decisão não há recurso possível. Não lhes resta outro caminho que não seja ir enfrentar a vontade popular e aceitar o veredicto do povo sobre, a quem confia a sua representação. Conferências de imprensa com mais montagens e mais mentiras não deverão servir grande coisa agora.

À Comunidade Internacional vai o apelo à atenção para o momento crítico a que todo o processo está chegando e que exige uma reação forte e determinada para acabar de vez e definitivamente com esta autêntica tentativa de aniquilação do Estado na Guiné-Bissau. Para o efeito, agora se comprovando que as sanções foram levantadas demasiado cedo, há que tomar medidas mais drásticas e mais dissuasoras e que demonstrem que ainda há controlo deste espaço, não permitindo o seu sequestro por gente à margem das leis.

Mas o apelo maior é para todo o povo guineense, que tem de se preparar para defender a sua liberdade e as conquistas que lhe animam à construção do Estado de Direito Democrático. Temos de afastar o nosso comodismo e, tal como os Combatentes durante a luta de libertação, irmos resgatar o nosso país e o nosso futuro.

O recado ao Presidente da República vale o que vale, porque ele sabe que em condições normais já há muito que devia ser traduzido em justiça, de tanto atropelo às leis, de desprezo aos princípios da vida democrática e desrespeito pela esperança de todo um povo.

Há limites para tudo na vida. Chega de brincar com o país, chega de provocação e chega de confiscar e sequestrar a vida do país.

Temos de ir a eleições, já!



SS

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