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sexta-feira, 8 de março de 2019

NOTICIAS AO MINUTO : ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL COM 420 PESSOAS PARA MONITORIZAR ESCRUTÍNIO



Photo de Braima Darame.
As organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau vão contar com 420 pessoas a recolher dados e propor medidas perante eventuais ameaças às eleições legislativas de domingo, iniciativa hoje apresentada em Bissau.

Silvina Tavares, da Plataforma Política das Mulheres, uma das cinco organizações da sociedade civil que integram a equipa de monitorização, disse, em conferência de imprensa de apresentação do espaço, que a iniciativa visa "garantir que a ética, integridade e transparência sejam respeitadas e ainda evitar que a violência possa afetar as eleições".

Desde de fevereiro que equipas de monitores se encontram espalhados nas nove regiões do país consideradas de risco.

No sábado e no domingo, os monitores estarão no terreno com perguntas específicas para acompanhar o desenrolar da votação e de seguida enviarão relatórios, por SMS, telefone e plataforma 'online' para uma célula de análise para detetar eventuais ameaças e propor medidas junto das autoridades eleitorais.

Se for o caso, as ameaças serão comunicadas aos jornalistas para serem difundidas nos órgãos de comunicação social.

O grupo de monitorização fará várias comunicações à imprensa no dia da votação e ainda uma declaração preliminar, sobre o processo eleitoral, na segunda-feira.

O grupo estará também atento aos órgãos de comunicação social e às redes sociais para rastrear indícios de corrupção eleitoral, segurança eleitoral, participação de jovens e mulheres, cumprimento de regras na comunidade, centros e assembleias de voto.

Elisa Pinto, líder local da antena de uma organização sub-regional de mulheres que trabalham em questões da paz e segurança, defendeu ser importante "também estar atento" à participação feminina no ato da votação, lembrando que, regra geral, as mulheres aproveitam o domingo para "outras lides domésticas".

"É importante que todas as mulheres recenseadas votem", observou Pinto.

A lei guineense não permite observadores eleitorais nacionais, mas Elisa Pinto acredita que a ação do grupo de monitorização da sociedade civil "não só é importante como necessária" para que as eleições decorram "sem sobressaltos" a partir da chamada alerta precoce de eventuais ameaças.

No final das eleições, as organizações de monitorização "esperem ter contribuído para um processo justo, transparente, seguro e inclusivo", factos que serão divulgados, após o escrutínio, através de documentação.

A ação do grupo é financiado pela União Europeia e pelo Fundo da Consolidação da Paz das Nações Unidas.

LUSA

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