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sábado, 20 de agosto de 2016

DISCURSO DO DSP EM ANGOLA NO CONGRESSO DO MPLA

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Camarada Engenheiro José Eduardo dos Santos
Presidente do MPLA e Presidente da República de Angola
Camaradas Membros da Direção Superior do MPLA e do Presídio do Congresso
Digníssimos Delegados ao VII Congresso
Excelências,
Minhas Senhoras e meus Senhores,

Camaradas,


Ontem, assistimos a uma extraordinária manifestação política, a uma demonstração inequívoca da força, da unidade e da determinação dos militantes de um partido sólido e consolidado, na materialização das aspirações e anseios do seu povo.

O que testemunhamos ontem e está evidente nas expressões de todos os delegados, só é dado a partidos com uma grande história e cujo legado se converte em responsabilidade tanto politica como social. Com efeito, a manifestação produzida na sessão de abertura do vosso VII Congresso rendeu a devida homenagem aos obreiros do passado, às mulheres e homens de Angola, que ousaram sonhar e deram as suas vidas pela liberdade e pela autodeterminação. Mas o conteúdo programático agendado para as discussões neste congresso, são também prova de estarmos em presença de um partido alinhado com a atualidade, capaz de responder às exigências do presente e traçar o caminho para conquistar o futuro e construir uma Angola próspera e feliz.

Muito obrigado MPLA.

Foi e é gratificante confirmar como avaliam e reconhecem que tais conquistas só são possíveis com a sábia e clarividente orientação de um líder, de um visionário, de um patriota. Obrigado Camarada José Eduardo dos Santos, por construir em África um caso de sucesso na conquista da paz, no perdão e reconciliação e na convocação da nação angolana para a edificação do futuro de forma inclusiva e sem segregações por diferenças da cor da pele, de religião, da região ou do género. Todos Angolanos, reunidos numa grande família e todos por Angola disposto a comemorar cada conquista e transformar as fraquezas em forças para que num processo de contínua renovação dos desafios serem sempre capazes, com diálogo, empenho e tolerância de encontrar o caminho do progresso e da construção do bem-estar para todos.

Eu trago os cumprimentos do meu partido, do meu país e de todo o meu povo – ou seja, do PAIGC, da Guiné-Bissau e de todos os guineenses.

Hoje, infelizmente, para abordar a situação política na Guiné-Bissau, muitos atores políticos do meu país evocam muita coisa, mas muito do que dizem, Camarada Presidente, Camaradas Congressistas, só é no sentido de confundir a opinião publica e complicar a compreensão dos observadores e amigos e tentar consumir a paciência de todos para disso tirarem o melhor proveito.

A crise que vivemos é induzida, deliberadamente provocada e por isso (permitam-me o termo) completamente desnecessária e mesmo absurda.

A verdade Camaradas é contudo simples: muita gente se acomodou com os benefícios destes longos anos da instabilidade e hoje não estão preparados para aceitar a alteração do “status quo” estabelecido. E no meio disso, tudo farão para dificultar e comprometer as relações de amizade e cooperação com os mais próximos e os mais amigos.

O povo guineense, esse não tem dúvidas sobre quem é o seu legitimo representante, como não tem dúvidas de que Angola é um país irmão e o MPLA um parceiro amigo, companheiro de longas e importantes batalhas.

Quero aproveitar desta menção para felicitar o MPLA, e lembrar que também o PAIGC completa este ano a 19 de setembro, 60 anos de existência. Essa efeméride perturba a muita gente e que, não o podendo enfrentar de forma legal e democrática, socorre de expedientes de toda a espécie, nem se importando com o risco real de voltarem a produzir a violência e o caos num país já bastante fustigado por esses males.

Gente que tendo se servido do partido, agora se apresentam como opositores do mesmo. São na verdade gente sem qualquer compromisso com o passado glorioso do PAIGC e que não se revê nos seus princípios estruturantes nem programáticos. Aqueles a quem Cabral se referia lembrando que “nem toda a gente é do partido” e que “se os nossos movimentos correm riscos, esses só são verdadeiras ameaças quando vêm de dentro, junto de nós”.

Camarada Presidente
Camaradas Congressistas

Queremos e precisamos do apoio do MPLA e de Angola e de todas as forças progressistas do mundo.

Por isso viemos aqui Camaradas, não só como portadores da mensagem de saudação do povo guineense e para partilhar da situação que se vive no nosso país. Viemos aqui também para assegurar que vamos lutar e vamos vencer. Somos os herdeiros de Amílcar Cabral e nada poderá travar a nossa determinação e empenho para derrotar os inimigos do partido e do nosso povo que justamente anseia pela paz e pelo bem-estar por que tanto se tem sacrificado.

Sabemos que a conjuntura é muito difícil e em alguns aspetos particularmente penalizadora para as maiores economias mas estamos encorajados pela historia das nossas relações nunca baseada na cedência do que temos de mais mas sempre na partilha do que muitas vezes temos de menos. E desta feita, precisamos sobretudo da atenção, da compreensão e do acompanhamento de Angola e do MPLA.

Nesta senda, Camarada Presidente, permita que enalteça a atenção e o contributo inequívoco que temos recebido de muitos dirigentes deste partido e o acompanhamento de todos os Embaixadores de Angola, que têm passado pela Guiné-Bissau. Têm sido inexcedíveis no carrinho e na atenção para com o nosso país e mesmo com o nosso partido. Quero com a Vossa permissão incluir o reconhecimento a outros Embaixadores Angolanos noutros países, aqui destacando a ação dos baseados em Nova Iorque, Lisboa e Bruxelas. Em nome de todos eles e das muitas figuras politicas de Angola que acompanham com atenção e expressam solidariedade pela situação no nosso país, quero destacar o Camarada Brito Sozinho que, para além do tudo que já disse, tem estado sempre presente com amizade e fraternidade lembrando sempre que o caminho se faz de paciência e perseverança e que Angola nunca abandonará a Guiné-Bissau.


Camarada Presidente
Camaradas da Direção Superior do Partido
Digníssimos Delegados ao Congresso

Nós sabemos ser possível e por isso acreditamos. Vemos no exemplo de Angola uma grande inspiração para conquistar a paz e construir o bem-estar.

Na Guiné-Bissau, o PAIGC ganhou as últimas eleições com maioria absoluta mas formou um governo de inclusão, convencido de assim interpretar correta e responsavelmente o momento que devia ser de viragem da página e da necessidade de juntar todas as forças numa única direção, a favor da Guiné-Bissau. Em cerca de treze meses de governação produzimos resultados nunca registados na historia da Guiné-Bissau, enquanto Estado independente.  Em todos os domínios, mas sobretudo na estabilidade do sistema escolar, na prevenção de grandes endemias sanitárias, no fornecimento de serviços básicos à população (particularmente no fornecimento de eletricidade e água às populações – fizemo-lo para 28 localidades que nunca o tinham tido em 42 anos de independência) no início da mecanização da nossa agricultura, num melhor aproveitamento da agro-indústria e na regularização dos atrasados salariais e melhoria da condição laboral.

Contudo, foi sobretudo com a realização da Conferência de doadores, sustentada por um Plano Estratégico e Operacional batizada por “Terra Ranka” que, com a impressionante resposta da Comunidade Internacional parceira, quando todo o nosso povo celebrava a esperança renovada num futuro melhor, outros entenderam que era chegado o momento de travar a nossa marcha.

Alguém sobretudo entendeu que se não fossemos travados nesse momento se lhes escapava qualquer hipótese de o fazer e travar o PAIGC. Tinha de acontecer de qualquer jeito e de qualquer maneira, mesmo fazendo-nos voltar ao ciclo da instabilidade e da pobreza extrema. Mesmo voltando a atrair os piores adjetivos para o país e a associação a todo o tipo de crime organizado.


É por isso também para nós fundamental e quase determinante que este VII Congresso do MPLA seja coroado dos maiores êxitos e que as decisões que serão produzidas e adotadas reforce e fortaleça o MPLA para as próximas e grandes conquistas que se avizinham, sob uma liderança forte e esclarecida, tal como conhecemos hoje por parte do líder incontestável, Camarada José Eduardo dos Santos.

Viva o MPLA

Viva o PAIGC

Viva o Camarada José Eduardo dos Santos

Viva a amizade e solidariedade entre o MPLA e o PAIGC.

Muito obrigado! 

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