A corrupção
em África subsariana em geral e na Guiné-Bissau em particular, tem aumentado de uma
forma gritante. Na Guiné, os
governantes não lidam eficazmente com este flagelo que
contribui grandemente para o retrocesso, o empobrecimento das populações e
que, tende a perpetuar a nossa dependência económica do exterior.
A corrupção é
apontada como a principal causa de toda a situação
que o país atravessa. Mas, se pararmos para reflectir, nós - povo, temos uma grande parcela de culpa, por simples questão
de virmos os recursos que poderiam ser investidos na educação, saúde, saneamento básico e construção de infaestrutura a serem desviados, debaixo
dos nossos narizes e não movemos uma
palha.
A questão da corrupção no país, é muito mais complexa do
que parece. Este tumor maligno está enraizado em todas as esferas da sociedade
mas, só uma pequena parte dos casos vem à
tona, graças às redes sociais.
Infelizmente, nesta terra, os interesses pessoais e
partidários são postos em primeiro lugar.
Como provas flagrantes, vemos as brigas incessantes pela distribuição de (kau
di kumé dinheru) pastas ministeriais, lutas desenfreadas para cargos públicos,
conflitos políticos desnecessários, perseguições
a bons cidadãos, difamações e calúnias sem fundamentos, tudo para se
manter ilegalmente no poder e garantir o tacho.
Somos um povo pacífico. Vencidos pelo cansaço,
transformamos num povo desapaixonado, desacreditado e omisso. Um povo de
“merda” como diz o nosso destemido jornalista, Aly Silva e não é para menos.
Um povo que quer o seu bem-estar, sai às ruas, sem medo,
protesta por razões muito menores.
Um povo que almeja
construir um país muito melhor e um futuro próspero
para as futuras gerações, faz finca-pé e exige os seus direitos.
Na realidade, a corrupção dá-se por meio de delapidação do erário público, suborno,
clientelismo, extorsão, troca de favores a frente de todo o mundo. Todos os valores ou bens desviados são destinados
para financiar campanhas eleitorais, comprar consciência de cidadãos,
corromper instituições e sobretudo, para construir mansões e depositar
milhões nas contas bancárias pessoais no exterior.
Camaradas, a nossa imagem está manchada… carregamos a má
fama de sermos um país corrupto por causa dos maus cidadãos.
Caros compatriotas, esta terra é nossa e a nossa vontade
é soberana. Cabe aos governantes representar-nos e, acima de tudo,
respeitar-nos.
A Guiné-Bissau não
é a “coisa” da Joana!
A
corrupção continua a ser assunto político de
entertenimento e está a destruir dia após dia, a Guiné-Bissau.
É tempo de reflectir profundamente, repudiar este tipo de
comportamento nefasto que favorece e enriquece “djintons” alguns à custa da
desgraça do povo!
Devemos manifestar abertamente a nossa indignação pois, a nossa manifestação, mais tarde ou mais cedo, causará a
necessária mudança.
A corrupção afecta
a nossa democracia e o bem-estar da população.
A cada mil francos desviado é (djanta ku sia) o pão
que está sendo tirado de muitas famílias que vivem com menos de um dólar por dia. A cada mil francos furtado,
empobrece ainda mais, o nosso Sistema de Saúde, Educação entre outros direitos essenciais à vida.
É imperativo reformar os sectores de Justiça, Administração
Pública e da Defesa e Segurança. Pois, é
a forma mais eficaz de combater este cancro da nossa sociedade.
Cidadãos
sem escrúpulos
que estão na vida pública e política para se governarem, ao invés de governarem o país,
devem ser proibidos de exercer cargos politícos e públicos! As
eleições que se avizinham são uma boa oportunidade de impedir que os
corruptos, já identificados, sejam eleitos para governarem à Nação.
DENUNCIE CASOS DE CORRUPÇÃO!
TOLERÂNCIA ZERO À CORRUPÇÃO!
TOLERÂNCIA ZERO AO CORRUPTO!
Que Deus abençoe
esta terra!
Londres, 25/07/2018
Elaborado por: poeta Vasco de Barros.