Parte I/V
Observações de partida
Eh bom, eis um ou o
problema. Presentemente, muitos de nós, bissau-guineenses, pertencentes ou não,
à camada da nossa atual elite governante, sabem, dizem e lamentam quase que permanentemente.
Condoem-se lastimando, de que, com efeito, das 5 Legislaturas instituídas e
instaladas neste país, uma após a outra, na base dos resultados saídos das
urnas, desde já há 24 anos, com a institucionalização e instalação do atual
regime da Democracia Parlamentar Representativa e de Estado de Direito, nenhuma
chegou ao fim em condições normais e no período estabelecido
constitucionalmente.
O grupo dos atores
perpetradores dos atos provocadores deste problema fornece três pistas quentes
de explicação. A de muitos Dirigentes e Responsáveis principais no seio dos
Partidos políticos; uma outra, dos titulares investidos nos postos de Líderes
principais dos pilares do poder Executivo nos seus dois segmentos constitutivos,
que são (no nosso sistema semipresidencialista), a Presidência (na pessoa do
Presidente da República [PR]) e a PRIMATURA (na pessoa do Primeiro-Ministro);
ou seja, a pista do PR/PRIMATURA, e; uma terceira pista dirigida às casernas de
alguns elementos afetos as nossas gloriosas FARP.
Centrando a atenção apenas
na pista dos Partidos políticos (referindo-se aqui e ali a pista PR/PRIMATURA e
à dos elementos das nossas FARP), as linhas que seguem visam
disponibilizar à leitora/ao leitor um esclarecimento neste problema de
interrupções sucessivas e à repetição, das Legislaturas na Guiné-Bissau.
Quer
dizer, proceder a um esclarecimento no aspeto teórico e prático deste problema,
em relação ao respeito irrestrito dos três
princípios centrais (basilares) do funcionamento
partidário nos regimes da Democracia Parlamentar
Representativa e de Estado de Direito, e; em relação às atribuições dos Partidos
políticos nestes regimes em como um dos cinco ELEMENTOS INSTITUCIONAIS (entidades políticas)
centrais, funcionais de base (ou basilares), na organização e realização dos
modos e de diferentes aspetos dos processos de governação nestes mesmos regimes.
Tudo, com o objetivo de levar ao conhecimento da leitora/do leitor, no fim do
texto, a necessidade imperiosa da adoção pelas direções de todos os Partidos
políticos bissau-guineenses, da atitude e do comportamento políticos de uma
Liderança de rigor, na
disciplina e no respeito
irrestrito das normas estatutárias partidárias na Guiné-Bissau. Para que se crie, por
esta parte (via) do nosso sistema de poder, referente efetivamente aos Partidos
políticos, as condições e situações de governabilidade do país, finalmente, na estabilidade político-institucional definitiva e duradoura, na paz
verdadeira e no sossego para todos (continuação
na parte II/V).
Parte II/V
As interrupções sucessivas e à repetição, das Legislaturas
na Guiné-Bissau a meio caminho, desde há 24 anos; porque?
(continuação da parte I/V)
A esta interrogação, também os
bissau-guineenses sabem bem as respostas.
Que são. Porque, entre
outros e em primeiro lugar (pondo efetivamente de lado a pista da
PR/PRIMATURA): (1) reina-se neste país, já foi dito, desde a
institucionalização e instalação do atual regime da Democracia Parlamentar
Representativa e de Estado de Direito, desde há 24 anos, sempre, a prática da indisciplina
e do desrespeito das normas estatutárias partidárias no seio de todos os
Partidos políticos, por muitos dos seus Dirigentes e Responsáveis principais, e;
(2) reinou-se (ou talvez ainda reina) neste país, o hábito da perpetração dos Golpes
de Estado Militares por alguns elementos membros das nossas gloriosas
FARP.
Estas são, efetivamente, as
três causas fundamentais de fundo e do primeiro plano, tendo estado na origem
dos 4 casos de interrupções das 4 Legislaturas (V; VII; VIII; IX atual)
vencidas pelo PAIGC até aqui no passado e, de um caso de interrupção de 1 Legislatura
(VI) vencida pelo PRS.
Sendo mais precisamente, no
respeitante ao PAIGC, 2 casos de interrupções, pela indisciplina e desrespeito das
normas estatutárias partidárias por alguns Dirigentes e Responsáveis
principais deste Partido (os casos dos grupos dos “14” de 14 de Outubro de 2005
e dos “15” atual, de 23 de Dezembro de 2015); e outros 2, pelos Golpes
de Estado Militares perpetrados por alguns elementos das nossas
gloriosas FARP (os casos “7 de Junho” de 1998 e “12 de Abril” de 2012; Cif., sobre
este aspeto deste problema, também MARTINS, Geraldo, “A Prestroika”, in: http://ditaduraecon
senso.blogspot.ch/2018/02/opiniao-perestroika.html, acessado, 05.02.2018).
A única Legislatura (VI)
vencida pelo PRS foi interrompida por sua vez, por um misto destas três causas
ao par, de um lado, de indisciplina e desrespeito das normas
estatutárias partidárias por alguns Dirigentes e Responsáveis principais
desta formação (o caso do grupo surgido no seio deste Partido em Novembro de
2002, segundo o então PR Dr. Kumba Yalá, o grupo autor na altura, das “movimentações
políticas subversivas na ANP”, contra quem ele (o Dr. Kumba) já tinha seu “Machado
preparado” para passar a este umas machadadas [“pantchilis”] à valer), e de outro lado, de Golpe de Estado Militar
(o caso “14 de Setembro” de 2003).
Enquanto outros Partidos
não tendo vencido nenhumas eleições, mas tendo sido associados (ao lado destes dois
antes referidos), no decorrer de uma ou outra destas 5 Legislaturas ao Poder
Legislativo (ANP) ou Executivo (PRIMATURA e/ou Presidência); todos!; mas todos
mesmo!, sem exceção, também registaram as práticas da indisciplina e do desrespeito das
normas estatutárias partidárias, cada, no seu seio, por muitos dos seus
Dirigentes e Responsáveis principais em exercício; tudo tendo-se desembocado em
tais casos, sempre, em atos irreversíveis de fragilização aguda e, em casos
extremos, de cisões mórbidas.
Os exemplos mais
emblemáticos são os dos casos de FLING, na V Legislatura (cisão mórbida); desapareceu
depois totalmente da cena política. RGB/MB, na VI Legislatura e aí por fora
(cisão moribunda); tornou-se insignificante. UM, na VI Legislatura sobretudo
(cisão de tonalidade desmaiada); enfraqueceu-se enormemente sem ter-se podido
recuperar-se inteiramente até hoje. PCD, em 3 Legislaturas (VI; VII; IX atual;
idem, cisões de tonalidade desmaiada); também enfraqueceu-se enormemente. PUSD,
sobretudo na VII Legislatura (idem); caiu na insignificância. PRID, na VII/VIII
Legislatura; também caiu na insignificância total, etc., etc.
Conclusão. As principais
causas, digamos, da “doença” bissau-guineense, apelidada instabilidade
político-institucional civil e/ou, político-institucional civil/militar,
que tem vindo abater-se sobre este país cronicamente, à repetição sem parar, desde
a institucionalização e instalação, de facto, do regime da Democracia
Parlamentar Representativa e de Estado de Direito, são evidentemente bem conhecidas
por todo o mundo. Chamam-se (a pista da PR/PRIMATURA posta de lado), indisciplina,
desrespeito das normas estatutárias partidárias e o hábito da perpetração dos Golpes
de Estado Militares (continuação na parte III/V).
Amizade.
A. Keita
O PROBLEMA FUNDAMENTAL DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU TEM TUDO HAVER COM A POBRE MENTALIDADE DO POVO GUINEENSE, EM GENERAL. A POBRE MENTALIDADE VEM AGRAVANDO POR CAUSA DA EXTREMA POBREZA. E AGORA TEMOS UM POVO SEM ÉTICA, SEM PRINCÍPIO E NEM MORAL. A LEI DA SELVA PASSA A SER A NORMA. AGORA, O CALCULO/A ESQUEMA É COMO ALCANÇAR TUDO DE FORMA FÁÇIL, NÃO IMPORTA O MEIO OU A FORMA.
ResponderEliminarPRECISAMOS DE LÍDERES NA ALTURA DO DESAFIO!!! PRECISAMOS DE UM PRESIDENTE E DE UM PRIMEIRO MINISTRO CAPAZES DE TIRAR ESSE POVO DESSE ESTADO DE COMA PROFUNDO. SEM A HARMONIA (QUE É A PRIORIDADE) DOS DOIS LÍDERES COM UM ÚNICO OBJECTIVO DE SALVAR O PAÍS E O POVO GUINEENSE, ESQUEÇAM!!!