A recente revelação de compra de viaturas pelo Presidente da Republica guineense, José Mario Vaz a favor de quatro dirigentes sindicais de educação e saúde confirma a prática de promiscuidade galopante entre os representantes dos trabalhadores e o poder político.
A reação dos interessados sobre a grave revelação, além de ser vergonhosa para quem comunga o princípio da ética, é testemunho da vulnerabilidade moral que caracteriza uma importante fatia dos filhos da Guiné-Bissau.
A perversão de valores tem vindo a legitimar/normalizar todos tipos de vícios perante o império de impunidade ilimitada neste país. Um sindicalista que confessa ter recebido uma viatura da parte do Presidente da República, de forma secreta, e orgulha-se da oferta em nome das suas relações pessoais, é um autêntico negociante. Sem vergonha na cara, os ditos dirigentes sindicais, em jeito de teatralização, tentam cobrir o céu com as próprias mãos, guiados pela ilusão de sempre em como neste país é possível enganar toda gente.
A tamanha desvergonha dos que em princípio foram eleitos para representar os mártires trabalhadores (categoria mais pobre deste país) é um golpe duro à imagem de todo o sindicalismo nacional.
O comportamento infantil dos dirigentes sindicais durante a conferência de imprensa coloca a bola agora do lado dos professores e todo pessoal de saúde que imperativamente devem fazer a limpeza de casa. A classe trabalhadora não pode pretender impor o merecido respeito se é dirigida por gente com marca de corrupção e clientelismo.
É urgente a convocação de congressos extraordinários dos respectivos sindicatos para sancionar os implicados na operação de compra de viaturas, caso contrário os próprios trabalhadores (professores, médicos, enfermeiros, parteiras) serão igualmente responsáveis pelo descréditoprovocado pelos “sindicalistas de corredores”.
Qualquer tentativa de encobrir os ditos negociantes sindicais, em nome de falsa solidariedade corporativa, seria um fiasco e uma bala no próprio pé. A emancipação da classe trabalhadora passará necessariamente pela observação de valores éticos e por uma cultura de responsabilização e de transparência na gestão de assuntos do interesse público. Um sindicalista que recebe presente de um político, longe de olhar público, é um corrompido, pião ao serviço de interesses obscuros.
Ademais, o silêncio cúmplice do Presidente da República perante a gravíssima revelação só confirma o ditado popular português: quem cala, consente! Que interesse teria o Presidente da República em cimentar relações com dirigentes sindicais, comprando-os carros que não são entregues publicamente? O Chefe de Estado, José Mário Vaz, tem interesse em dar o esclarecimento à opinião pública nacional sobre esta nebulosa história.
//O Democrata
És ki dinhero de Estado na cofre de Estado.
ResponderEliminarPor isso é que teem medo de ir às urnas! Sacanices dessa magnitude só pode ser possível num Estado falhado. Jomav e seus aliados corruptos hão-de de pagar por toda essa bandidagem, e não vai tardar.!!
ResponderEliminarO senhor Jomav como presidente é um desastre.Parece que o homem é surdo, cego e mudo. Não consegue fazer nada, nada mesmo, nos limites das suas atribuições constitucionais. Que vergonha!
ResponderEliminarQuem não lembra das greves encomendas pelo Jomav e desconvocadas pelos sindicatos a pedido de Jomav?
Quem não lembra da caricata apresentação do pre-aviso de greve ao actual PM antes da formação do seu governo?
Que dizer sobre os responsáveis sindicais? Simplesmente a máscara caiu e cabe a cada cidadão tirar as suas ilações. Os argumentos apresentados pelos sindicalistas para tentar justificar o injustificável revelam claramente a falta de carácter e falta de honestidade das figuras envolvidas neste lamentável caso. Não podemos alimentar a ilusão de que quem for criado pelo Jomav e os que seguem o Jomav possam ter forma de estar na vida diferente do Jomav. Não podemos ter esta ilusão. Podemos até perdoa-los, mas nunca confia-los a chefia nas lutas sindicais. É isto que acabaram por confirmar nas suas comunicaçōes aos seus conteráneos.