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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

NOTICIAS AO MINUTO: "NÃO TARDA NADA, POR ESTE ANDAR, NEM VAMOS PRECISAR SEQUER DE TER GOVERNO.. ""GUINÉ-BISSAU ESTÁ A TRANSFORMAR-SE NA TERRA SEM LEI"-ANALISTA POLITICO RUI LANDIM


Photo de Bissau On-line.
O analista político Rui Landim defendeu hoje que a Guiné-Bissau está a transformar-se numa terra sem lei, onde os que deviam proteger os bens do Estado compram-nos, perante a passividade do Ministério Público.

Falando num seminário sobre corrupção no país, Rui Landim, orador do tema probidade e integridade na vida pública, teceu duras críticas aos servidores do Estado, acusando-os de estarem a desmantelar "o que ainda resta da Guiné-Bissau como uma nação em construção".

Segundo Landim, na Guiné-Bissau de hoje o cartão de militante de um partido "vale mais que o bilhete de identidade" para se ter um emprego na administração pública.

"Todos estes diretores-gerais foram nomeados por causa da sua filiação partidária", notou Rui Landim, comentador de assuntos políticos na rádio Capital FM de Bissau.

O analista falava no âmbito do seminário sensibilização contra a corrupção no país, com destaque para o comportamento dos servidores públicos, lançada desde setembro pela associação guineense anticorrupção, liderada por Joel Fernandes, professor de direito na Universidade Jean Piaget de Bissau.

Para Rui Landim, o comportamento dos dirigentes políticos guineenses faz com que o país esteja a caminhar para o abismo.

"A Guiné-Bissau transforma-se numa terra sem lei. Já não há mais Estado. Não tarda nada, isto vira um pandemónio", defendeu o analista.

"Não tarda nada, por este andar, nem vamos precisar sequer de ter Governo, Parlamento, Presidente da República e muito menos Ministério Público", enfatizou Rui Landim.

Segundo considerou, aquela instituição judicial "anda a brincar com os guineenses", pela forma como "fecha os olhos à corrupção" que disse grassar no país.

Rui Landim questionou a passividade do Ministério Público perante "aqueles servidores públicos que fazem negócios com o próprio Estado".

As recomendações do seminário, que termina na quarta-feira, serão publicadas pela associação e ainda remetidas para a delegação das Nações Unidas em Bissau, financiadora da iniciativa, para o Governo, Parlamento e Ministério Público, disse à Lusa Joel Fernandes.



 Lusa

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