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quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

NOTICIAS AO MINUTO: SERVIÇO DE INFORMAÇÕES DE ESTADO APOIA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS SOBRE POSSE DE TERRAS

Photo de Bissau On-line.




A seção de Cassacá, constituída por mais de dez aldeias, alberga a sede da Esquadra do Serviço de Informações de Estado que cobre mais de três seções do sector de Cacine, região de Tombali, no sul da Guiné-Bissau. Os agentes ajudam a comunidade local na resolução de conflitos derivados de lutas pela posse de terras, em colaboração com o poder tradicional (chefes de tabancas e régulos), que frequentemente solicita a intervenção dos agentes quando a situação ultrapassa a sua capacidade de mediação.
Um agente efetivo e três auxiliares recrutados localmente trabalham todos os dias para garantir a segurança da população daquela zona e do país, mas sem meios de transporte nem de condições necessárias para o bom funcionamento da esquadra. São obrigados a pedir emprestadas motorizadas ao chefe de tabanca ou a alugar de outras pessoas para poderem deslocar-se para as seções ou aldeias mais distantes a procura de supostos criminosos bem como para a mediação de conflitos derivados, sobretudo, de pequenas lutas pela posse de terras.
A esquadra funciona no antigo edifício dos “Armazéns do Povo” que se encontra à entrada da aldeia histórica, ao lado do monumento de Cassacá. O edifício apresenta-se em bom estado físico, mas está em situação precária e as portas e janelas são improvisadas, com chapas de zinco.
ESQUADRA ILUMINADA A LUZ DE VELA E AGENTES TRABALHAM SEM MEIOS DE TRANSPORTES
A esquadra não dispõe de energia elétrica nem de iluminação a base da energia solar, algo que existe em vários edifícios públicos, por isso no período da noite os agentes recorrem à iluminação a luz de velas ou de candeeiros a combustível líquido para poderem trabalhar.
Apesar de não serem agentes de uma força de intervenção e de proteção preparadas para dirimir conflitos, mas são obrigados a agirem várias vezes para pôr cobro a situações que ponham em causa a segurança das populações ou geradoras de conflitos.
“Praticamente não temos nada em termos de condições de trabalho, mas damos o nosso melhor para garantir a segurança às populações e ao país em geral! Estamos aqui para representar o Estado da Guiné-Bissau. Mesmo assim, não é digno para nós estarmos frequentemente a pedir motorizadas emprestadas por terceiros para fazer o nosso trabalho”.
Anssumane Camará, responsável da Esquadra, conta ainda que alugam as motorizadas e abastecem-nas com combustível com o dinheiro tirados dos seus próprios bolsos.
Explicou ainda que a esquadra cobre toda a zona, isto é, mais de três secções, cada uma delas constituída por muitas aldeias e que distam cosideravelmente umas das outras.
Segundo Anssumane Camará, os agentes colocados na esquadra incluindo os auxiliares não são suficientes para cobrir todas as secções. Por isso recrutam colaboradores em algumas tabancas e trabalham em colaboração com os chefes de tabancas e régulos para a resolução de diferentes problemas.
Informou que a sua esquadra cobre igualmente algumas aldeias na zona insular, tendo sublinhado que as deslocações para essas secções são feitas em canoas. No entanto, sugeriu que dada à especificidade daquela zona, seria oportuno que o Governo central diligenciasse meios de transporte (pelo menos uma viatura dupla cabine) e algumas motorizadas para cobrir as zonas de difícil acesso.
“Pode ser até uma viatura dupla cabine para facilitar o trabalho. Imagina que um agente que se desloque de motorizada ou a pé para ir resolver conflitos ou prender suspeito de crime. Que segurança terá, se transportar um criminoso na motorizada para a esquadra? Ou se prende o suspeito, será seguro virem juntos a pé até à esquadra?! Isso não nos dignifica”, lamentou.
Quanto à existência de situações de roubo, Anssumane Camará assegurou que naquela zona não se registam com frequência roubo de gado e muito menos casos de homicídio devido a conflitos. Porém pequenos roubos são saneados com a intervenção dos chefes de tabancas e régulos.
‘Não se registam muito os casos de agressões com armas brancas ou instrumentos contundentes e muito menos casos de homicídio. Há dois anos que um cidadão Conacri-guineense suicidou-se na barraca de Cadiko, muito próximo de secção de Cassumba. Desde então e até hoje não se verificou nenhum outro caso deste tipo”, enfatizou o comandante.
Afirmou que os serviços de segurança colocados no sector enfrentam enormes dificuldades em termos de meios de transporte e que apenas os agentes da cidade de Cacine é que dispõem de uma motorizada.
Revelou igualmente que, no momento da entrevista, estavam a preparar o plano para a cobertura de toda a zona no concernente à operação da quadra festiva do Natal e Ano Novo, para garantir segurança à população e, consequentemente, evitar que situações indesejáveis aconteçam durante os festejos.
//O Democrata

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