O ministro da Presidência e do Conselho de Ministros da
Guiné-Bissau, Agnelo Regala, disse hoje que as próximas eleições são decisivas
para a estabilidade política do país, sublinhando que a situação económica e
social é "preocupante".
"Estas eleições serão uma etapa decisiva para
restabelecer a estabilidade política no nosso país mas, nesse sentido, apenas
um passo no começar de uma nova era - bem mais difícil - para a
Guiné-Bissau", afirmou Agnelo Regala.
O ministro falava na cerimónia de abertura do Diálogo
Nacional sobre Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional, organizado
pelo Gabinete Integrado da ONU para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau
(UNIOGBIS) e o Governo guineense.
"Não podemos esquecer que a situação económica e social
que se vive na Guiné-Bissau é preocupante. A redução da pobreza, um dos
principais Objetivos do Milénio para o Desenvolvimento, é um objetivo que não
tem sido possível atingir", salientou.
Para Agnelo Regala, um dos principais problemas enfrentados
pela Guiné-Bissau é a fragilidade das instituições de Estado, o que tem
contribuído para "enfraquecer a capacidade do país de traduzir a riqueza
dos seus recursos naturais em crescimento económico e desenvolvimento para o
bem-estar da população".
"A construção das instituições do Estado da
Guiné-Bissau deve, portanto, ser um dos primeiros passos na criação de
condições propícias à paz e à estabilidade sustentável", disse.
Sobre o diálogo nacional, Agnelo Regala salientou que o
tráfico de drogas "corrói as instituições do Estado, gera corrupção,
distorce a economia e impede o desenvolvimento".
Nesse sentido, defendeu que os guineenses devem fazer um
"compromisso nacional" para uma estratégia bem-sucedida de combate à
criminalidade organizada transnacional.
"A Guiné-Bissau não é produtor, nem consumidor (de
drogas), mas a fragilidade do Estado tem sido aproveitada e o seu território
tem sido mal-apropriado como ponto de passagem", afirmou.
O diálogo nacional deverá, sublinhou o ministro, contribuir
para que o "Estado recupere a confiança dos parceiros internacionais e
atraia financiamento para a implementação das prioridades identificadas".
O Diálogo Nacional sobre Combate à Criminalidade Organizada
e Transnacional, que vai decorrer até quinta-feira, vai analisar as propostas
para fortalecimento do quadro legal e das instituições na supervisão e combate
ao crime organizado, melhorar a capacidade de produção de relatório sobre o
crime e o diálogo entre as autoridades nacionais e criar mecanismos de coordenação
com os parceiros internacionais.
LUSA
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