Partidos da oposição acusam PR de "golpe institucional"
O discurso do Presidente da Guiné-Bissau num comício popular na capital na quinta-feira, 18,em que garantiu a continuidade do actual Governo, alegando que a Guiné-Bissau é um país “soberano”, tem suscitado muitas reações.
Enquanto o PRS, que suporta o Governo, apoia posição de José Mário Vaz, os restantes, reunidos no fórum de concertação política fala em “golpe de Estado institucional.
O PAIGC, a União Para Mudança, o Partido da Conferência Democrática, Movimento Patriótico, Partido Nova Democracia e o Partido do Trabalho, reunidos no fórum de concertação política, contestaram o teor da intervenção do Chefe de Estado.
“É um golpe de Estado institucional, o qual não podemos aceitar, por isso convocamos esta reunião para partilharmos esta posição”, disse Aly Hijazi, secretário nacional do PAIGC, que promete, junto com os demais partidos, reagir ao posicionamento de Vaz.
Enquanto isso, o PRS, através das suas organizações feminina e juvenil, concorda com o discurso de José Mário Vaz e responsabiliza o presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá, e o Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, pelo não cumprimento do acordo de Conacri.
Por isso, Vladimir Lenin Djolmet é da opinião que, em caso de aplicação de sanções, “devem ser aplicadas aos que não cumprem o acordo de Conacri, neste caso o Presidente do Parlamento e o do PAIGC.
Ainda no capitulo das reações, o Movimento de Cidadãos Consencientes e Inconformados, organização que que tem promovido marchas contra o Presidente da República, responsabiliza José Mário Vaz, pelos insultos à comunidade internacional por parte dos membros do Governo.
O presidente teve a coragem de chamar à guerra, teve a coragem de dividir o povo, teve a coragem de intitular os seus adversários de inimigos e teve ainda a coragem de atrofiar a comunidade internacional”, reiterou Sana Canté, líder do Movimento.
Num comício realizado em Bissau ontem, José Mário Vaz garantiu a continuidade do actual Governo e disse que o país "é soberano", em resposta a vários apelos da comunidade internacional, em particular do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para que nomeie um novo primeiro-ministro à luz do Acordo de Conacry.
"A queda deste Governo é só no Parlamento”, disse José Mário Vaz num comício na quinta-feira, 18, em Bissau, desafiando o Parlamento a agendar a aprovação e votação do programa do Executivo liderado por Umaro Sissoco Embalo.
Vaz declarou guerra aos seus adversários e pediu aos membros do Governo a assumirem esta “guerra”, avisando que que quem não se conformar com esta regra será demitido das suas funções.
O Chefe de Estado respondeu assim às exigência da CEDEAO e das Nações Unidas que nas últimas semanas instaram os actores políticos a cumprirem o Acordo de Conacri, através da nomeação de um novo primeiro-ministro e de vários outros compromissos assumidos.
Guinendade/VOA
Tudo resta a CEDEAO e as ONU mostrarem e provarem as suas capacidades e interesses em resolver esta crise. É bom que estas organizações agissem o mais rápido possível antes que seja mais tarde! Não quremos mais um sete de Junho!Seria bom para a CEDEAO e a ONU optarem pela prevenção de conflitos e não pela mediação de conflitos.
ResponderEliminar