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Depois dos governos de Domingos Simões Pereira, Baciro Djá,
por duas vezes e Carlos Correia, o atual executivo liderado por Umaro Sissoco
poderá mesmo ser mais uma vítima dos decretos de exoneração assinados por José
Mário Vaz, apesar de o chefe de Estado ter dito que será o último governo da
legislatura, não só devido à pressão da CEDEAO, mas também, por um alegado
mal-estar entre o Presidente e o primeiro-ministro.
As evidências provam que as relações institucionais e
pessoais entre Sissoco e Mário Vaz, não são das melhores tendo nas últimas
semanas chegado ao ponto de o Presidente cortar qualquer tipo de comunicação
com o chefe de Executivo. Sabe-se que Jomav tem-se recusado a receber Sissoco
em audiência, precisam fontes cruzadas em Bissau.
Observadores atentos notam que o chefe de Estado se ausentou
deliberadamente da cerimónia de inauguração dos barcos que farão ligações entre
Bissau e as ilhas porque no mesmo evento estaria o primeiro-ministro. O
Presidente só se deslocou ao porto de Bissau no dia seguinte. Durante a sua
rápida visita aos navios e às duas vedetas de fiscalização da zona económica
exclusiva do mar guineense, José Mário Vaz foi acompanhado pelo Ministro dos
Transportes, Fidelis Gomes, e do Interior, Botche Candé. Foi a vez de Umaro
Sissoco se ausentar.
As últimas declarações públicas do primeiro-ministro sobre
religião e etnia terão caído muito mal nos ouvidos do Presidente Jomav. Sissoco
disse, por várias vezes, tanto na imprensa nacional como na internacional, que
está a ser fortemente contestado por ser muçulmano e fula. Desde então tem
aparecido publicamente com as roupas muçulmanas e lenços enrolados na cabeça
para mostrar a sua identidade etno-cultural.
Alberto Nambeia, líder do Partido da Renovação Social disse,
em Mansoa, que os políticos que recorrem à divisão étnica para poderem reinar
não gostam da Guiné-Bissau e sublinha que nunca existiu divisão
étnico-religiosa no seio do povo guineense. O líder do PRS, manifestou ainda
apoio a qualquer solução benéfica para o fim da crise política no país.
Como se não bastasse, após ter reunido com a missão de alto
nível da CEDEAO que esteve de visita ao país, Umaro Sissoco disse aos
jornalistas que se for para o bem do país estaria disposto a demitir-se das
suas funções. Fontes da presidência confirmam que essas declarações deixaram o
Presidente perplexo, ao ponto de ponderar avançar com o processo de exoneração
do atual líder do governo.
É neste sentido, indicam fontes oficiais, que o Presidente
da República viajou para os países da sub-regiao, nomeadamente para informar
aos chefes de Estados desses países da sua intenção de demitir o governo de
Sissoco. José M.Vaz foi para os países cujos Presidentes são seus amigos em
comum com o primeiro-ministro.
Na República do Congo, José Mário Vaz terá solicitado Denis
Sasso Nguesso a convencer Sissoco a demitir-se das suas funções.
No regresso ao país, em curtas declarações aos jornalistas
no aeroporto de Bissau, 12 segundos, e sem direito a perguntas, José Mário Vaz,
disse ter visitado "alguns países amigos" no âmbito das relações de
cooperação. E como se sabe o Presidente não é governo para discutir projectos
de cooperação com homólogos nesta altura do campeonato.
Outro motivo pelos quais José Mário Vaz pretende demitir
Sissoco, segundo um conselheiro do chefe de Estado, é o facto dele ter
prometido ao Presidente de pés juntos que se fosse nomeado primeiro-ministro
abriria o parlamento e teria os dois principais instrumentos de governação
aprovados. Passados largos meses, nada nesse sentido foi feito e a situação
política tende a piorar-se. E em cada dia que passa a popularidade do
Presidente está a baixar, aparentando ser ele o principal responsável pela
crise vigente.
Fontes próximas de atual primeiro-ministro contactadas pela
rádio jovem foram unânimes em afirmar que não faz sentido José Mário Vaz
demitir Sissoco e que tudo não passa de uma especulação da oposição. Acreditam
que Sissoco vai terminar a legislatura e que existe uma boa relação entre os
dois.
Botche Candé, ministro de Estado e do Interior, atual testa
de ferro do Presidente disse, num discurso na Região de Biombo, na última etapa
da presidência aberta no interior do país, que o Presidente da República vai
cumprir com as directrizes do Acordo de Conacri e congratulou-se com o
comunicado final da missão da CEDEAO.
Recorde-se que o presidente da Comissão da CEDEAO reiterou
por várias vezes que José Mário Vaz violou o acordo de Conacri ao nomear Umaro
Sissoco primeiro-ministro, alegando que Augusto Olivais foi escolhido como
sendo o nome de consenso para ser nomeado. Alegações prontamente refutadas pelo
PRS e o governo liderado por Umaro Sissoco. Sissoco disse que Marcel de Souza mentiu
e que o mediador da CEDEAO para a crise guineense, Alpha Condé, Presidente da
Guiné-Conacri não quer que ele ocupe o cargo de primeiro-ministro por ser
da etnia fula. Outro assunto que não terá agradado ao Presidente Jomav.
Há vários meses que o Presidente da República faz
declarações aos jornalistas, evitando responder às questões colocadas pelos
media sobre o estado da nação que dirige.
Analistas levantam várias questões entre as quais, será que
José Mário Vaz vai demitir o atual governo e nomear uma mulher para o cargo de
primeiro-ministro, tal como se desenha ou irá avançar com o nome de Augusto
Olivais? Há quem diga que é desta vez que se vai dissolver o parlamento e
formar um governo de iniciativa presidencial.
No seu périplo pela sub-regiao, José Mário Vaz terá
apresentado a proposta de nomear, Isacc Monteiro, Filomena Tipote ou Mamadu
Fadia para o cargo de primeiro-ministro. O chefe de Estado entende que a
implementação do acordo de Conacri, no atual contexto, seria extemporânea pelo
que poderia indicar um novo primeiro-ministro. PAIGC e PRS seriam chamados a
formar um novo governo de unidade nacional.
Uma Missão da CEDEAO esteve a semana passada em Bissau para
avaliar o cumprimento do Acordo de Conacri e deu um mês (até 25 de Maio) para a
sua integral implementação, sob pena de impor sanções aos políticos que o
inviabilizem.
Quatro dos cinco partidos com assento parlamentar não
reconhecem o atual Governo que dizem ser de iniciativa do Presidente José Mário
Vaz, e a quem exigem que demita o primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco
Embaló.
José Mário Vaz pretende concluir a sua presidência aberta em
Bissau. Depois, fará uma comunicação oficial ao país sobre o que viu nas
regiões, entregará dossiês ao governo e depois avançará com auscultações às
forças vivas da nação.
Os próximos dias prometem e muito.
Braima Darame
04.05.2017
O Homem com mais sorte na Guiné Bissau é o senhor José Mário Vaz, que chegou ao poder de uma forma fácil sem grande sacrifício como por exemplo o malogrado ex-presidente da República Malam Bacai Sanha que lutou tanto para chegar no lugar do primeiro magistrado da nação e quando lá chegou a morte lhe tirou a vida.O José Mário Vaz não soube aproveitar a tanta oportunidade que tem,tinha tudo,tinha caminho livre para percorrer e fazer o seu segundo mandato sem obstáculos nenhum mas estragou tudo e agora?
ResponderEliminarBraima darame força no seu trabalho
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