Este é
um fenômeno exclusivamente humano, desilusão, ato de
desiludir-se, desenganar-se, o que pressupõe que nos enganamos
sobre algo ou alguém, que em um momento qualquer,
acreditamos.
Por mais doloroso que possa ser vivenciar a desilusão, o
processo anterior de nos iludirmos é parte da construção de
nossa capacidade de suportar perdas, e de criar mecanismos que
nos sustentem para enfrentá-la.
Precocemente, “iludimos” os bebês com o bico, a mamadeira,
para que, quando a mãe não possa mais amamentá-lo, ele tolere
a perda do seio, da sua presença e de seu olhar constante.
Mais
tarde, acrescentamos ao berço, bichinhos de pelúcia,
travesseirinhos com o cheiro materno, proporcionando a
ilusória presença materna. Muitas crianças, carregam estes
objetos simbólicos que lhes dão segurança e proteção, de certa
forma mágicos, por toda a infância, adolescência e, alguns os
guardam até a vida adulta.
São
chamados objetos transicionais, que incluem parte de nossa
fantasia vinculada a realidade, ou seja, nos dão um caminho
sólido para que possamos suportar a realidade da perda de
nossos objetos mais amados.
É um
processo de matriz, para enfrentarmos todas as demais
ilusões e desilusões que a vida nos reserva no desafio do
crescimento e desenvolvimento humano.
Quando
adultos e nos apaixonamos por alguém, um manancial de ilusões,
esperanças e expectativas toma conta de nossa vida. Tantas
vezes, se desiludidos, nos sentimos como bebês a procura do
ursinho que vai nos consolar, acolher nossas lágrimas, acalmar
nossa magoada e sufocada respiração.
Se temos
uma base forte, sobreviveremos. A confiança básica se manterá
sólida, nos dará forças e coragem para buscar novas ilusões,
fantasias, cada vez mais viáveis e realizáveis. É a
aprendizagem pela dor vivenciada, a desilusão experimentada,
sofrida mas que nos fortalece.
Esta
confiança básica forte, nos permite arriscar, ousar, ir além
da mesmice dos medíocres aos quais falta coragem para agir com
audácia , temem e fogem do amar pelo simples fato de não
sobreviver a uma possível desilusão.
Nunca tinhamos antes criado tanta esperança num politico para depois ser uma grande desilusão. Nós vinhamos de 2 anos e meio de transição e de facto esperavamos muito do Jomav. Talvez mais do que ele pudesse dar efectivamente.
Esta é uma desilusão porque porque Jomav mudou muito
mais do que poderiamos imaginar.
Jomav era uma pessoa em que nós todos acreditávamos e admirava mos como homem de 25.Afinal era tudo uma ilusão e que se tornou uma verdadeira decepção.
Pouco a
pouco, os desafios que a vida nos exige, faz com que tenhamos
de enfrentar a verdade, abandonar a ingenuidade, não nos dá
mais a possibilidade de enganarmos-no com ursinhos, fantasias
e expectativas inviáveis. Existe espaço para uma única coisa,
a desilusão que denuncia a necessária verdade. Sem ela não há
crescimento ou amadurecimento. Viver só na fantasia...é um
passo para a loucura.
Por toda esta
vida, nos desiludimos com as estrelas que criamos a nossa
volta e isso ajuda-nos a crescer e este povo está um pouco mais maduro com esta crise. No fundo Jomav foi a maior desilusão de sempre na politica guineense.
F.P.
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